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Duas meias-verdades entre Corinthians e Carille

Menon

23/05/2018 13h05

Existem dois pontos mal esclarecidos na saída de Carille do Corinthians. O primeiro é quando se diz que ele foi em busca de independência financeira. Ora, ele é profissional, tem todo o direito de buscar um salário muito maior do que o que recebe atualmente. Cinco vezes maior.  Ele não deve nada ao Corinthians e o Corinthians não deve nada a ele. Foi pago em dia e trabalhou duro. Recebeu uma nova oferta e vai ganhar mais dinheiro. Ponto. Mas, não me falem em necessidade ou urgência de independência financeira.

Quem está no Corinthians há 18 meses, ganhando R$ 300 mil por mês já atingiu independência financeira faz tempo. Pode-se dizer que ele não ganhava o que merecia, que tem treinador ganhando o dobro e produzindo metade, tudo bem. Mas independência financeira, não. O que ele vai conseguir, com méritos, é a independência financeira de seus netos. São mais de R$ 30 milhões. Uma mega sena.

O segundo ponto é Osmar Loss. Considero muito natural que ele seja escolhido como sucessor. Está no clube há um tempo, trabalhou na base, foi vitorioso e tem toda a capacidade de manter o fio condutor que se estabeleceu no clube. Um estilo de treinador. Um estilo de jogo mais cauteloso, compacto, com defesa forte e sem correr riscos.

A discordância é que, com o elenco do Corinthians, o treinador é obrigado a optar por esse estilo. Como se o Corinthians fosse um coitadinho, cheio de pernas de pau. Como se pudesse jogar apenas dessa maneira. Ora, o elenco do Corinthians tem Cássio e Fagner, na seleção brasileira. Tem Rodriguinho, que poderia estar na seleção. Tem Maycon, que estará na seleção. Tem Jadson, que já esteve na seleção e que voltou a jogar bem. Tem Henrique, um zagueiro de bom nível e que já disputou Copa. Tem Balbuena, um zagueiro ainda melhor que Henrique. Tem Romero, que considero bom jogador.

O grupo está no topo do Brasil.

Se Andrés quisesse contratar um treinador com estilo diferente, mais ofensivo, poderia, sem dúvida. Poderia dar errado, mas a culpa não seria dos jogadores. Mas ele, acertadamente, resolveu manter o que está dando certo.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.