Topo

Menon

Martín Cáceres é quem definirá o Uruguai da estreia na Copa

Menon

24/05/2018 12h17

Luis Suárez, um matador que não se importa em jogar pelo lado do campo, para que Cavani fique na área. Foi assim em vários jogos da Eliminatória. Cavani, um matador que não se incomoda em recuar muito, atuando na segunda linha de quatro, como Samuel Etoo na final da Liga dos Campeões em 2010. Foi assim em jogos que o Uruguai recuou muito e apostou no contra-ataque. Diego Godin, um zagueiro que é um perigo na área do rival.

São os três pilares da seleção uruguaia para o Mundial de 2018. E há um quarto elemento: Martín Cáceres. O curinga de Oscar Tabárez estará em campo no dia 15 de junho, na estreia contra o Egito. Falta saber a posição. A escolha de Tabarez em relação a Cáceres definirá a escalação da Celeste e o destino de cinco outros jogadores: Maxi Pereira, Guillermo Varela, Diego Laxalt, Cebolla Rodríguez e De Arrascaeta.

Martin Cáceres tem 31 anos. Foi revelado pelo Defensor e transferido para o Villarreal, da Espanha em 2007, com 20 anos; Não foi utilizado pelo Villareal, que o emprestou ao Huelva e depois o vendeu para o Barcelona. Jogou pouco no Barça e foi emprestado para o Sevilha e depois vendido para a Juventus, que defendeu de 2012 até 2016, quando ficou sem contrato e sem clube, por seis meses. Em 2017, foi para o Southampton, depois Verona e, desde janeiro, está na Lazio.

Não é uma carreira brilhante, apesar dos 110 jogos pela Juventus, nada que se compare com sua importância para a Celeste, que defendeu por 71 vezes, desde que Tabarez o chamou em 2007. Tem 30 jogos em Eliminatórias, seis em Mundiais, cinco em Copas Américas e quatro na Copa das Confederações. Fez quatro gols e foi expulso apenas uma vez. Os números poderiam ser melhores, não fosse a ruptura do tendão de Aquiles, que o tirou do futebol de fevereiro a outubro de 2016.

Além de Cáceres, estão garantidos o goleiro Muslera, os zagueiros Godín e Gimenez, os meio-campistas Nández, Vecino, Betancourt e os atacantes Suárez e Cavani.

E Cáceres, vai jogar em que posição? Há duas opções.

Lateral-esquerda é a posição em que ele fez sucesso na Celeste, embora seja destro. Marcador duro e com regular projeção no ataque, é uma garantia de poucos problemas. Com ele por ali, Tabárez pode fazer uma mudança tática. Basta levá-lo alguns metros para a direita, recuar um meia como Cebolla e…aí está uma linha de cinco, muito defensiva para aqueles momentos em que o Uruguai precisa ser Uruguai. E ele ainda pode ser deslocado para a frente da zaga, jogando como volante.

E por que, então, se está tudo bem na esquerda, com tantas opções, porque escalá-lo na lateral-direita, sua outra opção? Por uma conjunção de três fatores: Tabárez está muito impressionado com Diego Laxalt e preocupado com Maxi Pereira e Varela.

Laxalt, como Cáceres, também foi revelado pelo Defensor e transferiu-se para a Internazionale em 2013, aos 20 anos, depois de fazer sucesso no sub-19 do Uruguai, como armador pela esquerda. Da Inter foi emprestado para Bolonha, Empoli e Genoa, onde passou a jogar mais recuado, como lateral. Após as eliminatórias, Tabárez o chamou para a Copa da China, no início do ano. Apenas uma opção de banco, mas Cáceres se contundiu, foi cortado e Laxalt jogou contra República Tcheca e Gales. Ganhou um lugar no trem celeste para o mundial.

Maxi Pereira é lateral direito e o jogador com mais participações com a camisa do Uruguai. São 134 jogos, mas, aos 34 anos, já não tem rendido bem. Perdeu velocidade e já não é tão bom naquele trabalho constante de defender e atacar pelo lado direito. Sua presença ainda é importante, principalmente quando se lembra que veteranos como Arévalo Rios, Alvaro Pereira, Alvaro González e Diego Peres (há mais tempo) não fazem mais parte da Celeste.

Guillermo Varela é lateral-direito e considerado o substituto natural de Maxi. Foi muito bem na Copa da China e tudo parecia resolvido. Mas, teve uma queda de rendimento no Peñarol, que fez uma Libertadores ridícula, não se classificando em um grupo que tinha Libertad, Tucumán e Strongest.

Então, se tudo está complicado na direita, chama o Cáceres, que ele resolve.

E como a definição de Tabárez em relação a Cáceres implica na vida de outros jogadores?

Se ele for escalado na direita, Laxalt deve ser deslocado para a lateral. No momento, tem mais confiança de Tabárez em relação a Gastón Silva, o lateral do Independiente, jogador que não permite muitas mudanças táticas. Com Laxalt garantido, haveria apenas uma vaga em disputa para a estreia: Cebolla Rodríguez ou Arrascaeta. Mais chances para Cebolla em caso de reforçar a combatividade no meio. Melhor para Arrascaeta, se Tabárez optar por um time ofensivo, formando um tridente com Cavani e Suárez.

Se Cáceres estiver na esquerda, Maxi Pereira passa a ser o décimo escalado. E a briga pela última vaga, além de Cebolla e Arrascaeta, passará a ter Laxalt, que terá ares de favorito.

O Uruguai, então, na estreia, terá?

Muslera, Pereira, Gimenez, Godín e Cáceres; Nandez, Vecino, Betancourt e Laxalt (ou Cebolla ou Arrascaeta), Cavani e Suárez.

Ou

Muslera, Cáceres, Gimenez, Godín e Laxalt; Nandez, Vecino, Betancourt e Cebolla (ou Arrascaeta), Cavani e Suárez.

Depois do Egito, haverá Arábia Saudita e Russia. Nos três jogos, haverá trocas, buscando a classificação, é lógico, mas também definindo o time que deverá enfrentar Portugal ou Espanha na segunda fase. Quando, Cáceres também jogará. Ele joga sempre.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.