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Rodrygo: obra de arte em Itaquera?

Menon

06/06/2018 12h06

Meu amigo Chico Silva, santista e "nautiquista", me enviou este presente: um texto sobre Rodrygo, a nova joia.

*Rodrygo: um estudo de craque*

Raio, joia, mais novo produto da fábrica de Meninos da Vila. Não faltam adjetivos para descrever o RodrYgo com Y. E o garoto tem correspondido a todas eles. Domingo contra o Vitória ele deu mais uma prova de seu imberbe e promissor talento.

Para êxtase do equilibrado e imparcial Vitor Guedes, o Vitão, que não se "cansa" de usar _anglicismos_ em suas colunas no _Agora São Paulo_ e no canal _Timão_ _Universitário_ , o moleque fez o primeiro _hat-trick_ na carreira. Para quem não acompanha a Premier League inglesa e desconhece o significado do termo Vitão faz questão de traduzi-lo: Rodrygo marcou três gols num mesmo jogo. Um deles, o segundo, merece algumas linhas de atenção.

O camisa 43, número incomum que em breve deverá se tornar 7, 10 ou 11, recebeu belo lançamento de Diego Pituca, como é bom ver jogador com apelido autêntico, e aplicou um drible desmoralizante no marcador antes de dar o tapa final para as redes. Gol de gente grande. Gol de quem sabe o que faz. Gol com o inconfundível DNA santista.

Desde 2010 qualquer garoto surgido em Santos logo é tratado como um novo Neymar. Foi assim com Neílton, que se achava Neymar antes mesmo de ser Neílton, Victor Andrade, abatido pela marra e empáfia, e até mesmo Gabigol, que ultimamente não anda merecendo o apelido que ganhou ainda nas categorias de base. Mas ao que tudo indica com Rodrygo será diferente. Com a mesma idade ele tem uma média de gols melhor que a do atacante que carrega quase toda a esperança brasileira de Hexa na Rússia.

Alto, rápido, inteligente, insinuante e, acima de tudo, habilidoso, o jovem atacante saído da melhor linha de montagem do futebol brasileiro é como aqueles estudos que os grandes pintores fazem para as suas obras.

Para quem não tem intimidade com as artes plásticas, todo quadro tem várias versões anteriores daquela que vemos nos museus e galerias. A cada esboço a tela fica mais próxima da sua versão final. Em grandes exposições é comum que esses "desenhos" sejam exibidos ao lado da obra eterna e definitiva.

Cada jogo de Rodrygo tem sido um esboço de uma obra de arte em construção. Santistas torcem para que amanhã esse jovem Caravaggio da bola apresente sua primeira grande tela no atelier do rival em Itaquera.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.