Rogério Ceni, vítima de arrogância
Rogério Ceni não é um cara simpaticão. Aquele que ri de tudo, que conta piada, que se autoironiza. Ceni, na verdade, é um empata resenha. É aquele tipo de aluno que nós, pobres mortais, gostávamos de odiar: inteligente, talentoso e estudioso. Muitas vezes é arrogante, o Ceni e não o aluno fictício.
E justamente por ser arrogante, chama a atenção a sua expulsão no jogo Fortaleza x Vila Nova, em Goiás, dia 5 de junho. O jogo foi 0 x 0 e o treinador do Fortaleza levou o vermelho aos 24 minutos do primeiro tempo, ao protestar por um pênalti marcado pelo árbitro Vinícius Furlan, cometido pelo zagueiro Liggier em Felipe Silva.
Na súmula, Vinícius Furlan justificou a expulsão da seguinte forma: "Aos 25 minutos do segundo tempo, expulsei o técnico da equipe fortaleza sr rogério ceni, por protestar acintosamente contra as decisões da arbitragem, com gestos e as seguintes palavras:"
PAUSA. QUE PALAVRAS TERRÍVES TERIAM SIDO DITAS PELO TREINADOR? TERIA OFENDIDO A HONRA DO ÁRBITRO? OFENDIDO A MÃE DE SUA SENHORIA? TERIA DITO QUE ELE É LADRÃO?
Não.
As palavras são "não foi pênalti, não foi pênalti".
Sim. Um treinador trabalha durante a semana para que seu time renda bem e é expulso porque disse, aos gritos, "não foi pênalti";
É impressionante a arrogância da arbitragem. A truculência. É o tipo "você sabe com quem está falando"? ou "circulando, circulando".
A maneira como se dirigem aos jogadores, o jeito como tratam treinadores, nada pode ser coincidência. Os árbitros entram em campo para impor a ordem como se fossem membros da Polícia Militar, como o Coronel Marinho, que nunca apitou um jogo na vida. Nem do Batalhão A contra o Batalhão B.
Juiz não é para aparecer. É para entrar em campo e levar o jogo até o final, fazendo o possível para não expulsar ninguém. Expulsão deveria ser em último caso, em falta violenta. Ele poderia dizer a Ceni: "fala baixo comigo, me trate com respeito, baixa sua bolinha…", qualquer coisa assim, não uma expulsão.
Após o jogo, Ceni foi irônico e disse: "parece que ele estava com o braço engessado". Olha, nem se ele tivesse dito isso ao árbitro, seria motivo para expulsão.
A arbitragem brasileira é muito mais prepotente e arrogante do que Rogério Ceni chegou a ser um dia.
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