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Menon

Brasil não-me-toque na primeira final

Menon

21/06/2018 10h25

Em 1974, a seleção brasileira ficou muito tempo em uma concentração na Floresta Negra, na Alemanha, antes da Copa do Mundo. Isolamento quase total.

Em 2018, a preocupação é a mesma, de maneira mais sutil.

Não houve um jogo de despedida, para aumentar a ligação afetiva com a torcida.

Na Rússia, há torcedores na frente do hotel e a delegação entra pelos fundos.

Há atletas russos no hotel da seleção (esportes de inverno) que são proibidos de ficar na varanda dos quartos, enquanto a seleção treina. Não podem tirar fotos.

Neymar não participa de coletivas.

Há uma brigada contra possíveis drones de rivais, espionando o time.

Tudo é feito para evitar pressão sobre os jogadores. Nem temos um capitão. Todos tem, o Brasil, não. Um rodízio contra pressão. Será uma carga tão grande ser capitão do Brasil?

Agora, esse time tão protegido, tão longe do povo, tão asséptico, entra em campo para uma decisão.

O adversário é fraco e uma vitória deixa a vaga muito próxima.

Tomara que a ausência de pressão não se torne uma pressão.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.