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Não será fácil vencer o Uruguai

Menon

25/06/2018 14h10

Vai ser muito difícil vencer o Uruguai. O aviso foi dado, em Samara, após a vitória por 3 x 0 contra a Rússia, que se comportava até agora como um trem sem freios, atropelando os frágeis Egito e Arábia Saudita.

Não foi um Uruguai dando show, maravilhando o mundo, mas isso só existiu, de verdade, nos anos 20, quando dos dois títulos olímpicos e do primeiro Mundial. Depois, o bom futebol se combinou com a famosa raça uruguaia. E, quando o futebol acabou e ficou apenas a raça, veio a decadência. Tabarez, há 12 anos, começou a mudar tudo. E agora, encontrou o time. E o que se pode dizer é que, Portugal ou Espanha não terão vida fácil na próxima fase.

Nas vésperas da Copa, falava-se na possibilidade de um novo Uruguai, com bom toque de bola no meio do campo, ao contrário de sua história mais recente, baseada em luta e ligação direta. Nos dois primeiros jogos, não se viu a promessa virar realidade. O time foi o que tem sido há um bom tempo: dois ótimos zagueiros e dois ótimos atacantes. E uma dificuldade em fazer com que a bola recuperada por uns, chegue até os outros.

Vieram duas vitórias por 1 x 0, a primeira delas com uma cabeçada de Gimenez aos 46 minutos, após cobrança de falta de Sánchez. O velho Uruguai da bola parada e da força de seus zagueiros.

Contra a Rússia, enfim, tudo mudou. Contrariando as expectativas.

Tabarez estava impressionado com o bom futebol de Cheryshev e as possibilidades de mudança apontavam para uma linha de cinco defensores, com Nández, Cáceres, Coates, Godín e Laxalt. Não foi assim. Nández jogou mesmo como volante e, com Cáceres, agora na direita, dobrou a marcação sobre o russo. E Coates venceu o duelo de gigantes com Dyzuba.

Assim, com o ataque russo anulado, o Uruguai mostrou o que até agora era promessa: transição de qualidade.

Ela veio de duas maneiras:

Com Laxalt e Nández, pelos lados do campo

Com o quadrado formado por Torreira, mais recuado, Nández na direita, Vecino na esquerda e Betancourt, avançado.

Para meu gosto, seria Arrascaeta, mas ele novamente não foi bem, quando teve chance.

Torreira, pequenino, tem muita mobilidade, sempre chega antes dos rivais e tem bom passe.

Foi uma vitória tranquila, com direito a alguns bons indicadores históricos e outros que podem dar tranquilidade ao time.

Fernando Muslera chegou a 100 jogos com a seleção e a 14 partidas de Mundiais. Superou o mito Mazurkiewickz.

Cavani tornou-se, após Suárez, o segundo jogador uruguaio a fazer gols em três Mundiais. Ele fez seu 43º gol pela seleção. Suárez tem 53 anotações. A dupla Matador e Pistoleiro é letal.

Pela primeira vez, o Uruguai vence as três primeiras partidas da primeira fase de um Mundial.

O time não sofreu gols em três jogos.

 

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.