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Tite e a publicidade do ensino pago

Menon

29/06/2018 14h56

Há um massacre de comerciais de Tite pela cidade. Até no cinema. Em vez de um trailer de um novo filme, lá está o treinador da seleção falando bem de um banco e de uma televisão. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, ele vai faturar R$ 10 milhões com os anúncios. Bom para ele, que não precisará suar para juros indecentes do banco que ele divulga. Juros escorchantes, como de todos os outros bancos, aliás.

O que eu considero indigno é uma pessoa ligada ao futebol fazer propaganda de Universidade. Pessoas como Tite são conhecidas nacionalmente e têm uma influência muito grande sobre jovens. Jovens que caem na arenga fácil do "formando vencedores", como no texto que lê para a Uninassau, de Pernambuco.

"Uma carreira vencedora não se constrói da noite para o dia.

Tem de ser bom em decisões.

Escolher a melhor formação.

Porque o mercado de trabalho é tão competitivo quanto o jogo de futebol.

Na Uninassau você pode escolher entre ensino à distância…

Ou presencial.

Em qualquer opção você se prepara para ter uma carreira de sucesso.

Venha para o time da Uninassal.

E tenha uma formação de qualidade.

Ensino à distância ou presencial é na Uninassal.

Formando vencedores…"

Carreira de sucesso? Formando vencedores?

Quem garante?

Tite, é lógico.

Ele já foi na Universidade? Sabe quantos mestres trabalham por lá? Quantos doutores? Os laboratórios são bons?

Duvido que ele tenha feito alguma pesquisa antes de dar seu aval à faculdade.

O interessante é que Tite tem a louvável preocupação de não fazer propaganda para bebidas alcoólicas. Muito bem. Poderia estender seus critérios éticos ,para não dar aval a uma instituição de ensino pago, sem saber, ao certo o que está recomendando.

O dinheiro que um jovem paga para estudar, faz falta no orçamento familiar. Não pode ser vítima de arapucas. Evidentemente, não estou falando da Uninassau. Não conheço a faculdade, pode até ser ótima. Mas, tenho certeza, que o Tite, que a recomendou, tambem não conhece.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.