França escancarou a pobreza uruguaia
A seleção uruguaia volta para casa após a derrota por 2 x 0 para a França. Volta com dignidade, caindo nas quartas e quebrando recordes "pessoais", mas o último jogo escancarou falências técnicas que os 12 anos de Oscar Tabarez não conseguiram sanar.
A maior delas é a transição defesa-ataque. Dos ótimos Gimenez e Godín para os ótimos Cavani e Suárez. E como Cavani não jogou, fica ainda mais difícil. E tome ligação direta. E tome bola alta para a casquinha de Suárez para Cavani. Ou de Cavani para Suárez.
Tabarez tem tentado. Com Lodeiro em 2010, com Arrascaeta em 2018, mas sempre termina dependendo de Christian Rodríguez, o Cebolla de muita luta e pouca bola. Pouca em nível internacional, diga-se.
Havia a esperança que o meio-campo renovado, surgido pós Eliminatórias resolvesse. São bons jogadores, principalmente Torreira, o mais recuado, mas Betancourt foi mal na frente. Cabia a ele alimentar os matadores, formar um tridente com Cavani e Suárez, mas não deu certo. Arrascaeta, também não. Sanchez é homem de bola parada. Nández foi um auxilidar de Cáceres e Vecino não brilhou.
De todos os novos, o melhor foi Laxalt, que marcou e apoiou bem pela esquerda. E mandou Cáceres para a direita.
Com problema tão grave no meio, o Uruguai jogou a Copa no limite do erro. Ganhou do Egito no último minuto, ganhou da Arábia Saudita sem brilhar e jogou bem contra Portugal e Rússia. Em todas vitórias, marcou primeiro e não precisou sair.
Contra a França, não teve Cavani. Perda imensa. Não teve transição. E seu goleiro levou um frangaço. O que não é incomum.
O período Tabarez é pródigo em superações. A seleção chegou a três copas seguidas, foi às quartas duas vezes, ganhou uma Copa América, Suárez, Cavani, Forlán e Loco Abreu tornaram-se os maiores artilheiros da Celeste, Maxi Pereira chegou a 125 jogos na seleção, Muslera superou Rodolfo Rodríguez em participações com a Celeste e a Mazurkievicks em jogos de Copa, foram quatro vitórias seguidas na Rússia, houve também a entrega de sempre, mas ficou claro: a qualidade do meio-campo é ruim.
Tudo tem jeito de fim de ciclo. Os matadores terão 35 anos no Catar. Os reservas de Muslera não passam confiança, Cáceres e Godín já passaram dos 30, Cebolla também e não se sabe se o Maestro terá capacidade física para comandar um novo ciclo.
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