Neymar, a cara da malandragem
Neymar sonhava em ser o cara da Copa. E terminou como o cara da esperteza na Copa. É um fato. Não se trata de discussão subjetiva. O Instituto Nacional de Emergências Médicas, de Portugal, fez uma campanha publicitária avisando dos perigos de chamadas médicas falsas. A ilustração é uma foto de Neymar, caído em uma disputa de bola. Ele grita alucinadamente, como se esfaqueado fora.
Na África do Sul, uma outra campanha mostra um jogador rolando no campo. Rola tanto que sai do estádio, atravessa a cidade, para o trânsito até chegar a uma loja de fast food.
Neymar deveria processar essas entidades que usaram sua imagem de forma depreciativa.
Mas não há exagero, apesar de outros também encenarem. Os ingleses, inventores do futebol se comportaram contra a Colômbia como cultores de Shakespeare, o grande autor de peças de teatro e não como praticantes do futebol limpo que adoram pregar. Não há exagero porque no quesito atuação dramática, o Framboesa de Ouro é mesmo de Neymar.
Ele perdeu a batalha da comunicação, perdeu o duelo da construção da narrativa. Foi golpe ou impeachment? Qual mensagem ganhou a opinião pública? Há dúvidas? No caso de Neymar, não. Ele sai da Copa como o exemplo de jogador que não se comporta com dignidade, que está em campo para cair e fingir.
É triste que um jogador com tantos predicados pense que o fingimento vai acrescentar alguma coisa à sua carreira, além da vergonha alheia. Neymar não melhorou futebolisticamente de 2014 para cá e acrescentou outra Copa esquecível ao seu currículo. Precisa de alguém que tente mudar seu comportamento, o que não será feito por seu pai, pela Marquezine, pelos parças. E nem pelo Tite, ficou claríssimo.
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