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Guedes: Palmeiras comemora negócio perfeito, com barriga de aluguel do Galo

Menon

13/07/2018 13h08

No final do ano passado, o Palmeiras chegou à conclusão que Roger Guedes não poderia ficar mais no clube. Ele estava completamente isolado e não tinha interação com os companheiros. E nem com a torcida. "Se passasse na porta do estádio era capaz de ser agredido por um torcedor. É um menino muito complicado", me disse uma fonte.

A ideia era colocá-lo em um outro clube para que ele se recuperasse, visando uma futura venda para o Exterior. Não poderia ser um time que disputasse a Libertadores. Apesar de não querer ver Guedes nem pintado de ouro, a torcida não aceitaria que ele dificultasse a caminhada do Palmeiras na competição sul-americana.

Em dezembro, houve a troca com o Galo. Roger Guedes por Marcos Rocha.

Com o negócio feito, ficou a torcida para que ele jogasse bem e fosse vendido na janela de meio de ano. O plano quase foi por água abaixo. O presidente do Atlético ligou para o Palmeiras e disse que não aguentava mais o jogador. Queria devolvê-lo. Foi um custo convencê-lo que a ideia não era boa. Já havia, na mesa, a opção de Roger Guedes no Bahia.

O resto da história todos sabemos. Guedes estourou e foi vendido para o futebol chinês. Serviu para sossegar o apetite do Shandong Lueng, que desejava Dudu. O Palmeiras tinha 25% do valor, mas negociou bem e ficou com 45,26% dos 4,3 milhões de euros. O equivalente a R$ 20,425 milhões.

Festa no Palmeiras: grana otimizada, manutenção de Dudu e desfalque de um concorrente direto no Brasileiro.

O Galo também negociou bem: aproveitou-se do pouco tempo para que o negócio fechado e recebeu 2,5 milhões de euros dos chineses. Uma compensação para que o negócio saísse.

Eu acho que o Palmeiras deve comemorar mesmo a negociação. Deu tudo certo. Mas, ainda assim, faço uma reflexão: não seria possível  aparar as arestas de final de ano e continuar com o jogador até a janela. Se ele participasse da Libertadores, não teria sido vendido por um valor maior? Tudo deu certo, mas quase não deu, tanto que Roger Gudes quase acabou em Salvador.

O melhor de tudo, a meu ver, foi a manutenção de Dudu. O Palmeiras foi gigante, fazendo valer suas necessidades técnicas sobre a necessidade financeira. Prevaleceu sua vontade sobre a vontade do milionário clube chinês.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.