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Felipão é ultrapassado? E os outros?

Menon

30/07/2018 05h56

Uma seleção ganha a Copa do Mundo, com defesa forte, bem postada, contra-ataque e bom definidor.

Estamos falando da França, com linha de quatro, Mbappé e…sem definidor.

Mas, também, estamos falando de…

O Brasil de 2002, com linha de três, sem Mbappé, mas com Ronaldo e…

O Brasil de 94, com linha de quatro, pouco contra-ataque e com Romário e Bebeto.

Tem muita diferença? A tendência é essa?

Guardiola disse ontem que a tendência do futebol não deve ser analisada em Copa, torneio de quatro em quatro anos e que reúne time com grandes jogadores mas sem tempo de treino.

Sábias palavras, mas a pergunta é: Felipão é tão ultrapassado assim, se foi antecessor de Deschamps?

Não sei se é ultrapassado. Sei que sua carreira vem em declínio terrível. A seleção de 2014 foi um vexame, com empates contra México e Chile. Sem falar do 7 x 1. Foi mal no Grêmio, como já havia ido mal no Palmeiras.

O que não tenho dúvida é que Felipão não é um formulador de tática. Não cria nada de diferente. Acho exagero dizer que ele é um motivador apenas. Foi um ótimo técnico, mas não tem capacidade de criar algo novo.

Mas, quem é que tem?

O que os novos treinadores trouxeram de diferente para o futebol brasileiro? Zé Ricardo, Jair Ventura, Valentim? E Carille, o melhor de todos, dono de um trabalho marcante no Corinthians?

E Tite, o que criou?

Fernando Diniz é tratado como um revolucionário, mas o que ele fez? Um pastiche das ideias de Guardiola, que o próprio Guardiola já deixou de lado. Em parte ou no todo. Guardiola tinha a posse de bola para fazer gols, Diniz tinha a posse de bola para aborrecer quem foi ao jogo.

Esqueçamos então que Scolari não é um revolucionário.

Esqueçamos inclusive que sua carreira está muito mal.

Há alguma certeza de que os outros treinadores no mercado poderiam fazer um trabalho melhor do que o dele no Palmeiras? Será que o 'vamos vamos' de Felipão precedendo um contra-ataque é mesmo pior que a pressão intermitente no bloco baixo iniciando uma transição ofensiva rápida?

Tenho certeza que não.

E mesmo treinadores com boas ideias como Osorio e Sampaoli (esqueçamos a Copa) seriam uma opção melhor agora?

Felipão não é só motivador.

E, se fosse apenas isso, seria pior que os que estão por aí?

Vou esperar para ver.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.