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Menon

Superstation, Turner? Me engana que eu gosto

Menon

09/08/2018 15h54

Acordei com uma péssima notícia. O Esporte Interativo não exite mais. Ou melhor, os canais não existem mais. Cada baque desses me deixa arrasado. Seriam mais de 200 demitidos. Na mesma semana em que a Editora Abril diminuiu drasticamente suas atividades e colocou mais 500 trabalhadores na fila do desemprego.

Depois do choque pelo número, 500 hoje, 200 amanhã, eu começo a personalizar. O ruim das tragédias é que os números logo tornam-se estatísticas. Se morre um brasileiro vítima da violência, há um clamor enorme. A vítima tem nome, sobrenome e endereço. Se morrem milhares, é apenas um número catastrófico a mais. Um exemplo a mais dos tristes tempos em que vivemos, em que nem policiais estão seguros.

Então, depois de ver o número 200, comecei a pensar nos meus amigos do EI! Aqueles com quem tive ou tenho contato. O comentarista que gosta da Sinead O'Connor, da gerente de comunicação que conheci quase menina no Lance!, no repórter brincalhão da Rádio Bandeirantes, no repórter iniciante que é muito bom de pergunta, em tantos outros. Não sei quem fica ou quem sai. Aí, fiquei triste porque não terá mais Série C, Série D ou Lampions League.

Depois, abri minha caixa de emails e lá está um comunicado da Turner dizendo que agora o Space e o TNT serão dois superstations. Na linha de baixo, confirma que os canais Esporte Interativo serão descontinuados. A notícia principal não está no lide.

E o que significa superstation?

Significa que, entre um filme velho e outro mais velho ainda vai entrar um jogo de futebol.

Significa que os programas de reportagem e debate não existirão mais

Significa desemprego.

Superstation, Turner?

Bullshit.

No, thanks.

Vade retro, Satanás.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.