Superstation, Turner? Me engana que eu gosto
Acordei com uma péssima notícia. O Esporte Interativo não exite mais. Ou melhor, os canais não existem mais. Cada baque desses me deixa arrasado. Seriam mais de 200 demitidos. Na mesma semana em que a Editora Abril diminuiu drasticamente suas atividades e colocou mais 500 trabalhadores na fila do desemprego.
Depois do choque pelo número, 500 hoje, 200 amanhã, eu começo a personalizar. O ruim das tragédias é que os números logo tornam-se estatísticas. Se morre um brasileiro vítima da violência, há um clamor enorme. A vítima tem nome, sobrenome e endereço. Se morrem milhares, é apenas um número catastrófico a mais. Um exemplo a mais dos tristes tempos em que vivemos, em que nem policiais estão seguros.
Então, depois de ver o número 200, comecei a pensar nos meus amigos do EI! Aqueles com quem tive ou tenho contato. O comentarista que gosta da Sinead O'Connor, da gerente de comunicação que conheci quase menina no Lance!, no repórter brincalhão da Rádio Bandeirantes, no repórter iniciante que é muito bom de pergunta, em tantos outros. Não sei quem fica ou quem sai. Aí, fiquei triste porque não terá mais Série C, Série D ou Lampions League.
Depois, abri minha caixa de emails e lá está um comunicado da Turner dizendo que agora o Space e o TNT serão dois superstations. Na linha de baixo, confirma que os canais Esporte Interativo serão descontinuados. A notícia principal não está no lide.
E o que significa superstation?
Significa que, entre um filme velho e outro mais velho ainda vai entrar um jogo de futebol.
Significa que os programas de reportagem e debate não existirão mais
Significa desemprego.
Superstation, Turner?
Bullshit.
No, thanks.
Vade retro, Satanás.
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