Topo

Menon

Ceni planta seu futuro no Fortaleza. Com ajuda de Shakespeare

Menon

13/08/2018 11h43

Quando se fala em novos treinadores surgindo no futebol brasileiro, o nome de Rogério Ceni raramente é citado. Antes, fala-se em Jair, Zé Ricardo, Loss, Barbieri, Helmann e outros.

Justificável.

Todos estão ou estavam na Série A, de onde Rogério saiu após uma confusa passagem pelo São Paulo. Na verdade, ruim. Rogério, a meu ver, antes de se firmar, tentou fazer um caminho autoral, com mudanças constantes de esquemas e de jogadores.

E foi muito prejudicado pela saída de jogadores. Ceni também errou em contratações como Marcinho e Neílton, trocado por Hudson.

Agora, no Fortaleza, ele coloca em prática a sua volta. Longe dos holofotes, está fazendo um trabalho espetacular. Com 20 rodadas, o time tem 40 pontos, seis a mais que o CSA, vice-líder. E dez a mais que o quinto.

São 12 vitórias, quatro empates e quatro derrotas. Os torcedores sonham com 64 pontos, que foi o número necessário para subir nos últimos anos. Faltariam oito vitórias em 18 jogos. Bem menos que a média atual, que permite projetar 12 vitórias.

Há outro ponto a se considerar. As derrotas foram nas rodadas 10, 12, 14 e 15. Nas rodadas 16 e 17, empates. Os números mostram um período de grande turbulência. Justificada pelas saídas de Edinho, atacante que foi para o Galo, e Gustavo, que se confundiu.

As reposições chegaram – Douglas Coutinho e Ederson – e Gustagol voltou na última rodada. Voltou marcando na virada de 2 x 0 para 3 x 2 contra o Guarani.

Rogério continua alternando esquemas, mas está mais pragmático. Após duas derrotas, enfrentou o CSA fora de casa. A derrota seria a perda da liderança. Montou uma feroz retranca e empatou.

O programa Resenha, do guapo André Plihal mostrou um vídeo de Ceni falando a seus jogadores após uma vitória. Era o mesmo estilo de seus tempos de capitão no São Paulo.

Citou até Shakespeare.

"Plante seu próprio jardim ou espere que alguém lhe traga flores".

Em Fortaleza, com o Fortaleza, Ceni está construindo o seu jardim. E seu futuro.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.