Topo

Menon

Vasco, gigante no futebol, no esporte, e na integração racial

Menon

21/08/2018 16h49

O Vasco comemora 120 anos. O time de Roberto, o garoto Dinamite, de Romário e Edmundo. Os três maiores artilheiros da história do Brasileirão, com 190, 154 3 153 gols, respectivamente. O Vasco, Expresso da Vitória, base da seleção na Copa de 50. Do mártir Barbosa. Do Juninho Pernambucano. Vasco, do Paulinho e do Martinho. Da Teresa Cristina. Do Pitangão e do Jamelão. Chacrinha, Zé Keti e Aldir. Do Benevides e da Marluce. Do Menon, quando pensa no Rio.

O Brasil deve comemorar o Vasco, ele é uma aquisição fantástica para o nosso povo. Aquisição? Sim, o Vasco é um nascido na colônia e que deixou de lado qualquer nicho. É representante da paixão popular. Aquisição? Não é bem assim. O Vasco não precisou ser seduzido ou adquirido para ser parte de uma integração. O clube, nascido na colônia portuguesa, nunca fechou as portas para os brasileiros. Sempre aceitou todos.

Todos, mesmo. Brancos, negros, todos. Toda nossa miríade de cores. Nossa santa miscigenação. E aí está a sua grandeza. Sempre entendeu que o futebol é paixão do povo. E lutou por isso.

Mário Filho conta que em 1924, América, Botafogo, Flamengo e Fluminense resolveram formar uma nova liga, a AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Atléticos) em lugar da Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMTD). Para atuar na nova Liga, os atletas deveriam ter um "emprego decente, nada subalterno", além de saberem ler e escrever. Mais que elitização, quase eugenia. O Vasco foi convidado, mas teria de afastar 12 jogadores do seu elenco, campeão carioca do ano anterior. Não aceitou e ficou ao lado de clubes menores.

Em 1927, com intensa mobilização popular, construiu seu estádio, o São Januário.

A história gloriosa do Vasco se construiu assim, na luta, na democracia popular e com grandes jogadores.

De há tempos, o clube sofre. Com o euriquismo. E com  seus substitutos. Roberto Dinamite foi tão ruim quanto. O atual presidente se elegeu graças a um acordo com ele, Eurico.

São figuras menores na vida de um gigante.

Longa vida ao Vasco.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.