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Sidão merece respeito

Menon

27/08/2018 14h49

O São Paulo teve vários destaques na vitória contra o Ceará. Reinaldo, Diego Souza e Bruno Peres, por exemplo, para falar apenas do gol. Mas o maior destaque é também o menos lembrado. Sidão. Sim, o Sidão, sempre criticado. Afinal, se o gol do São Paulo foi uma jogada coletiva, a defesa de Sidão, minutos antes, foi um solo espetacular. Foi ele, somente ele, frente a frente com Leandro Carvalho que fez um gol (por que não) para o São Paulo.

A meu ver, Sidão tem sido vítima de um desvio de julgamento. Meu, também. Estamos olhando para sua carreira, para seu currículo, para seu porte físico e não para o que interessa: o que ele está jogando.

É verdade que Sidão não está à altura de Rogério Ceni, Zetti e Gilmar Rinaldi, que defenderam o gol tricolor nos últimos 30 anos? Sim.

É verdade que Sidão dificilmente está entre os dez melhores goleiros do Brasil? Sim.

Mas também é verdade que ele está fazendo um bom Brasileiro. Teve algumas falhas, mas só ele? Seu maior defeito, a meu ver, é a bola alta. Tem pouca altura e não toma conta da área nesses momentos. Quando o cruzamento é rasteiro, falta braço. Foi assim contra o Palmeiras.

Verdade. E que mais?

Muitos erros? Nada disso. O time sofreu apenas 17 gols em 21 jogos. É espetacular. Simples assim.

Ah, mas o  mérito é da defesa. Os volantes são espetaculares. Rojas e Everton ajudam bastante. Verdade, tudo verdade, mas Sidão tem muitos méritos sim. É só abrir os olhos para ver. E a sua saída diante de Leandro Carvalho, fechando espaços, diminuindo ângulo e fazendo uma das mais belas defesas do campeonato, é um raio, uma luz intensa.

Fechar os olhos agora, é preconceito.

Até o próximo erro (que virá, como para todos outros goleiros) é bom saudar Sidão como um goleiro que não ficará na história, mas que está fazendo um grande campeonato. E, se o time ganhar o título, por que não dizer que ele estará sim, na história?

Mas é cedo para tudo isso.

A hora é apenas de louvar Sidão.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.