Topo

Menon

Burnier e a tripla ofensa

Menon

04/09/2018 13h47

O jornalista José Roberto Burnier, em um dos canais das Organizações Globo, disse, a respeito de um assalto no Itaquerão: "já prenderam os bandidos? Estão roubando o próprio clube, agora".

É uma ofensa. Tripla. Os ofendidos são:

a) O Corinthians – uma instituição centenária, com larga folga de serviços prestada ao esporte brasileiro, no futebol, basquete, natação etc. Por que ele relaciona ladrão ao clube? Faria o mesmo com São Paulo ou Palmeiras?

b)  A torcida – por que a torcida corintiana deve ser ser associada ao crime? Por que ela é maioria entre as classes mais humildes? Ora, os corintianos são maioria também entre cientistas, padres, médicos, advogados e entre aqueles que exploram todos os brasileiros: os banqueiros.

c) O jornalismo. Burnier estava falando sério? Ou estava brincando?

Se era sério, deveria apresentar fundamentos, indícios, estatísticas.

Se era brincadeira, não era jornalismo. E não se deve aceitar brincadeiras que ofendam pessoas, classes sociais ou raças, como foi o caso do Waack.

Principalmente em um canal de televisão que é uma concessão pública. E não se deve utilizar uma concessão pública para destilar preconceito, ofensa e mau jornalismo.

 

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.