Lucas Moura e o voto coerente
Lucas Moura anunciou que votará 17. Muita gente se revoltou, mas é a lógica. Mesmo Lucas sendo negro e o candidato haver se referido a um grupo de negros como inúteis, de sete arrobas que não servem nem para procriar.
Seria possível imaginar solidariedade de Lucas Moura. Seria mesmo? E quem disse que ele se identifica com aqueles negros mais negros que ele? Talvez ele não se considere negro. Talvez ele se ache marrom bom bom.
Negro ou não, Lucas é milionário e evangélico. E aí está a chave de sua escolha. Os milionários votam em quem defende seus direitos. Simples. O 17 é o candidato que não pretende mexer com os privilégios de ninguém. De banqueiros, por exemplo.
Ele prega a meritocracia. E Lucas deve pensar que assim como ele, todo pobre pode virar rico. Basta ser bom de bola, né? Então, para que cotas raciais?
Os evangélicos, em sua maioria hegemônica, são conservadores em questões como o aborto. Como o 17 é fundamentalmente contra, o pastor de Lucas deve ter indicado a ele o voto nesse candidato.
A única distribuição de renda que esses pastores aprovam é o dízimo.
Enfim, Lucas vota corretamente. Em alguém que irá defender seus direitos. Seria maravilhoso se os miseráveis, como os milionários, fizessem o mesmo.
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