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César: "Deyverson não é maluco e Verdão vai ganhar na Bombonera"

Menon

23/10/2018 17h35

César Augusto da Silva Lemos foi titular do Palmeiras de 1967 a 1974. Centroavante, disputou 325 jogos e fez 182 gols. Jogador muito intenso, não fugia do pau, não rejeitava confusão e ganhou o apelido de César Maluco. "Eu não gostava. Era um tempo diferente, se me chamavam de maluco, significava que eu era doido, então ia precisar de psiquiatra ou hospício. Era igual nos anos 60, se chamasse alguém de veado, era murro na boca. Agora, a turma até comemora".

Mas não adianta. Teve de aceitar: "Meu neto me chama de vovô César Maluco. Vou reclamar com ele?"

E o Deyverson, César? É maluco?

Não, nada disso. Ele é um menino alegre, todo mundo gosta dele. Levou um vermelho injusto contra o Ceará, os dois levantaram o pé. E ele está começando agora, é só conversar com ele. O Felipão sabe conversar. Felipão é campeão do mundo, quando ele fala o jogador respeita, sabe quem tá na frente dele. Felipe Melo é outro cara incompreendido. Comanda o time, joga na bola, devia ser capitão. Se der algum problema, o Scolari resolve.

O velho centroavante gosta das três opções do Palmeiras atual. Deyverson é oportunista, Bigode é velocista e Borja, o mais clássico dos três. Bate bem na bola. Pode render mais. "Precisa de carinho com ele. A torcida precisa ajudar. O problemas é que as bolas não estão chegando para ele como chegam para os outros dois".

Qual jogador do Palmeiras você mais admira, César?

Gosto de todos, mas o Dudu é maravilhoso. Ele pode ser sempre o melhor em campo. Precisa abandonar uma gracinha ou outra e só jogar bola. Ninguém segura. O Oswaldo Brandão, que era nosso treinador, me puxava a orelha. Eu achava ruim, mas hoje eu sei que estava certinho. O Dudu precisa ouvir mais".

Não é um problema. Nada é um problema. César tem uma certeza futebolística. "O Palmeiras vai ganhar o Brasileiro e a Libertadores. No Brasileiro, é só ganhar do Flamengo que tá definido. A Libertadores é mata-mata e Felipão é o rei do mata-mata".

E o jogo contra o Boca?

"Cara, vamos ganhar as duas. O Palmeiras está numa alegria imensa, virou uma família, está no pique e ninguém segura. Tem de chegar na Bombonera de cabeça alta, sem ter medo de nada e sem aceitar provocação. É só jogar bola e faturar"

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.