Topo

Menon

Grêmio decide, com ajuda do "caderninho" de Chávare

Menon

23/10/2018 04h00

Divulgação

O Grêmio começa a decidir uma vaga na final da Libertadores, nesta teça-feira, às 21h45 (de Brasília), contra o River Plate. Tudo indica que será muito duro. Poderia ser mais fácil se Everton Cebolinha jogasse. Ou se Artur não estivesse no Barcelona.  Se Wallace e Pedro Rocha não estivessem na Europa. Mas ainda há a possibilidade remota de Luan jogar. Ramiro está escalado e Bressan é banco.

Todos os nomes citados acima fizeram parte do "caderninho de anotações" de Júnior Chávare. Na verdade, muito mais que um caderninho. Uma lista de aproximadamente 4 mil nomes de jogadores de base, do sub-11 ao sub-20. Muitos chegam ao sucesso. Chávare cita Everton Cebolinha e Artur como "cases" a serem estudados.

"Eu cheguei ao Grêmio em 2013 e o Everton já estava lá vindo do Fortaleza. No ano seguinte, eu falei que ele seria um jogador de seleção. O garoto queimava etapas e participou de um projeto chamado Lapidar. A gente melhorou suas qualidades e aprimorou a versatilidade. Ele jogou na direita, na esquerda e até no meio. O trabalho seguinte foi aprimorar sua qualidade no um contra um e o chute de fora da área. E outra, coisa. Adora jogo duro. Ele vai mais longe ainda do que hoje", diz Chávare.

E Artur? Veio do Goiás em 2012 e, em 2015, quando Chávare voltou ao Grêmio, após uma passagem pelo São Paulo, estava na lista de dispensa. "Foi a primeira ordem que dei. Ele ia ficar. O Artur saiu do time e passou por um período de treinamento porque tinha de aumentar a intensidade e a resistência física. Melhorou muito e começou a ser utilizado pelo Róger e depois explodiu com o Renato. Mas o trabalho veio de antes. O André Jardine, que está no São Paulo agora, ajudou muito lá em 2013. O Artur era meia e foi recuado para jogar como volante. E está aí".

Mas, como Chávare  consegue sua lista de 4 mil nomes? "Eu vejo jogo o dia inteiro. Vou dar um exemplo. Já vi mais de 20 partidas da Copa Paulista, através da transmissão da Federação Paulista. Os times também têm transmissão própria e eu fico vendo. Meu filho trabalha comigo. Tem mais gente na nossa equipe. Mas, na hora que um garoto chama a atenção, na hora de analisar in loco sou eu que vou. Não delego a ninguém."

Chávare trabalha com a K2 Soccer, empresa que tem 99% dos direitos do Clube Atlético Tubarão Spe Ltda. O clube tem uma ligação com a Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina) e com o Grêmio. Atualmente, há quatro jogadores estudando na Universidade. No ano que vem, serão 12. O time sub-20 foi vice-campeão estadual.

E a K2 Soccer é dona também de um time da terceira divisão da MLS, o Elm City Express, New Heaven. E negocia um time na segunda divisão na Espanha.

Chávare é o diretor de operações. Trabalha duro e recebe no mínimo uma ligação por dia, fora do trabalho. São clubes e profissionais pedindo que indique ou dê sua opinião sobre novos jogadores. Como seria diferente, se tem 4 mil nomes no "caderninho?"

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.