Vanderlei e a maldição do gol tricolor
O São Paulo negocia para ter Vanderlei em 2019. O Santos pede 30 milhões por um goleiro de 34 anos. Se aceitar, o São Paulo estará cometendo mais um erro na sua luta contra a maldição do gol. Maldição que pode receber o nome de incompetência.
Antes, uma digressão pela Bíblia.
O Faraó sonhou com sete vacas gordas. E depois com sete vacas magras, que devoravam as primeiras. Pediu a José que interpretasse seu sonho.
Ele disse que as sete vacas gordas significavam sete anos de fartura para o Egito. Anos que seriam substituídos por outros sete, de muita penúria. Sugeriu ao Faraó que nomeasse um grande administrador e que o obrigasse a poupar trigo durante os sete anos de fartura, para enfrentar os anos ruins.
Se houver um paralelo, o São Paulo terá 30 anos de goleiros ruins. Como em 1984, quando Barbirotto, Tonho e Abelha se revezavam na tarefa de assustar os torcedores.
Então, houve três acertos incríveis.
Em 1985, o clube contratou Gilmar. Um ótimo goleiro, discreto e com muita personalidade. Esteve na Copa de 94.
Em 1990, contratou Zetti. Foi bicampeão mundial pelo clube. E esteve na Copa 94.
Em 1997, abriu mão de Zetti e Rogério Ceni ganhou a posição. Fez história.
Três decisões acertadíssimas que garantiram 30 anos de tranquilidade.
E depois? O caos.
Apostaram em Denis, alguém com toda pinta de coadjuvante.
Apostaram em Renan Ribeiro.
Não deu certo. Era hora de um grande goleiro. Trouxeram Sidão de graça e com fama de jogar bem com os pés.
O barato saiu caro.
E o que foi feito?
Renovaram o contrato por mais um ano e trouxeram Jean, por 6 milhões.
Não é um goleiro que dê tranquilidade total. Não é. Imaturo e com comportamento discutível.
E, durante todo esse período, Lucas Perri, 21 anos, nunca teve uma chance.
E agora? Passa a régua e trás um goleiro indiscutível. Não é, ninguém é, mas é melhor que os outros.
Vanderlei seria ótima contratação em 2016 ou 2017. E agora? Uma boa solução a curto prazo, mas quem garante que estará bem em três anos?
Faltou uma previsão correta, como a que José fez ao Faraó. Não agiram na hora certa e agora, é mais dinheiro para corrigir ações erradas.
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