Topo

Menon

Selvageria

Menon

24/11/2018 20h09

Está na hora de dar nome aos bois. Nada de futebol-raiz, nada de futebol-paixão, nada de coração no bico da chuteira, nada de alma portenha, nada de south American way.

O que se viu em Buenos Aires foi selvageria. Foi barbaridade no pior sentido da palavra. O ataque dos torcedores do River ao ônibus do Boca poderia ter terminado em tragédia. Em morte. Uma vez mais.

A maior rivalidade futebolística do mundo poderia passar a todo o planeta uma imagem de força e beleza do glorioso futebol argentino, que deu ao mundo apenas Alfredo Dia Stefano, Diego Armando Maradona e Lionel Messi.

Não foi assim. Preferiram mostrar todos nosso subdesenvolvimento intelectual, toda nossa falta de cultura e educação. E estamos falando do país de Jorge Luis Borges e Bioy Casares.

Sejamos justos. Aqui é assim também. Como lembrou um amigo, a torcida do São Paulo pressiona quem chega ao Morumbi, houve gás de pimenta no Parque Antártica, jogaram uma privada na Vila e quem não se lembra da Fiel tentando invadir o Pacaembu e das pedradas em Ricardo Pinto?

E todos se matam.

O futebol é maravilhoso

Mas é também o espaço ideal para que nossa canalhice latente venha à tona. Como um geiser exalando o mau cheiro do machismo sul-americano.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.