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Menon

Felipão, campeão ao seu velho estilo.

Menon

25/11/2018 17h59

O que há em comum entre o iracundo Felipão, legítimo e indiscutível campeão brasileiro de 2018 e a meiga Fernanda, minha sobrinha querida?

Vou explicar.

Quando minha família se reúne, lá em Aguaí, sempre tem discussão por conta de jogos de tabuleiro ou de cartas. O pessoal não gosta de perder e o clima fica ruim. Todos somos assim.

Até com a doce Fernandinha, nossa batata. Em uma rodada de buraco, ela, com 13 ou 14 anos, formou dupla com Susana, a mãe dela. Minha irmã.

Susana é jogadora experimentada. Apaixonada pelo jogo, desde os tempos de criança, quando chegou a formar dupla com o Padrinho João.

Susana e Fernanda logo entraram em atrito. A mãe queria que a filha comprasse o morto. Fernanda se recusava. Comprava no monte apenas. Na verdade, fazia um jogo individual.

Não respondia às críticas ou súplicas., mesmo com o nervosismo explícito da parceira.  Então, foi ao monte uma vez mais. Comprou a carta que ansiava. Baixou uma canastra e bateu. Chorando, levantou-se da mesa e abandonou a mesa.

Venceu.

Como quis.

Ao seu estilo.

Como Felipão, novamente campeão brasileiro. Campeão como quis. Como sabe. Sem mudar nada.

A casquinha para o centroavante está lá. Volante de destruição? Temos, sim senhor. Jogo rápido pelos lados do campo. Família Scolari, unida em nome do chefe. Jogadores dedicados. Pouco interesse na troca de passes.

Nada disso é pecado. Nada disso é proibido. Nada disso é novo. Tudo deu certo. Então, tudo é bom para Scolari. Tudo é bom para o Palmeiras.

Qual o legado? Nenhum. Foi um lindo título, com uma recuperação incrível. É muito, mas é só. Não há nenhuma novidade para o atrasado futebol brasileiro.

E quem tem feito algo diferente. Renato e ninguém mais. Nenhum treinador tem algo novo a apresentar. Nem Tite, que foi muito mal na Copa.

Felipão merece muitos elogios. Mas, é preciso deixar claro, não tem nada de novo a apresentar ao futebol brasileiro. Apenas títulos. Mas isso não é  novidade. Isso ele sempre fez.

E continuará fazendo.

 

 

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.