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Menon

São Paulo não é caso de paranoia

Menon

16/12/2018 11h48

Vocês conhecem mãe desesperada? Avó desesperada? Aquelas pessoas adoráveis e que exalam preocupação por todos os poros? É mais ou menos assim:

Menino, amarra o cadarço do tênis.

Não precisa, mãe. Tá preso.

Tá nada. Estou vendo aqui.

Não vou amarrar.

Isso, não amarra não. Vai tropeçar perto daquele prédio em construção, um prego enferrujado vai furar seu pé. Vai dar gangrena e o médico vai amputar seu pé. E ainda tem o perigo de infecção hospitalar. Você morre. Amarra esse cadarço pelo amor de Deus que eu não quero perder meu filho tão novo.

Mãe são superprotetoras e sempre têm medo da "tempestade perfeita".

A torcida do São Paulo está assim. Tem até um pouco de razão por causa de tantos anos ruins – cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça – mas está exagerando.

Qual é a "tempestade perfeita"?

O elenco é fraco.

Raí não contrata.

O clube não pede liberação de Luan da sub-20.

Perde a Flórida Cup.

A Pré Libertadores é difícil.

Os times do interior começam a se preparar antes dos grandes.

E, juntando tudo: "esse time fraco e sem o Luan, vai passar vergonha na Flórida  Cup, vai ser eliminado na pré Libertadores e perder na estreia do Paulistão. O treinador será demitido no máximo em abril e vai começar tudo de novo e o time pode até ser rebaixado no Brasileiro".

Tempestade perfeita.

Mas….

O time e o elenco serão reforçados. Ainda não veio um grande jogador, mas as improvisações nas laterais acabaram. É o primeiro passo e outros virão. Já está passando da hora, mas chegarão.

O mais terrível que o sorteio da Pré Libertadores pode trazer na primeira fase é Talleres, Defensor, Nacional do Paraguai ou The Strongest. É preciso ter cuidado? Sim, mas é certeza que esses times estão torcendo para que o sorteio os poupe de São Paulo e Galo.

A segunda eliminatória pode trazer bad news, como Atlético Nacional. Sim, pode, mas não há motivo para pânico.

E o Pauistão? Estreia contra o Mirassol no Morumbi, visita ao Novorizontino e clássico contra o Santos.

Não há estadual com início tão difícil. E daí? Vai chorar? Vai pedir filiação no campeonato de Rondônia? Ou vai trabalhar desde já?

Antes de tanta preocupação, antes de acender velas a São Expedito, o santo das causas impossíveis, é bom esperar pelo trabalho de Raí. Mesmo porque, se não for bom, o ídolo tricolor também será vítima da tal "tempestade perfeita".

 

 

 

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.