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Boselli, indiscutível, escancara a falência brasileira

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26/12/2018 10h47

Corinthians e Grêmio estão disputando o atacante argentino Mauro Boselli, de muito sucesso no Boca, Estudiantes e atualmente, León, do México. É pra casar, como se dizia antigamente. É pra chegar e jogar. E seria assim, mesmo se os concorrentes não fossem tão fracos como Roger, Jael, André e Jonatas.

Na verdade, Boselli seria titular na maioria do grandes clubes do Brasil. Mas, por que, se teve pouco sucesso em clubes europeus como Malaga B, Wigan, Genoa e Palermo? Se tem apenas quatro jogos e um gol pela seleção argentina, quando foi dirigido por Maradona? Porque Boselli representa um tipo de jogador em extinção no Brasil.

Ele é o centroavante, joga dentro da área, é forte e finaliza muito bem. Nós que tivemos Ronaldo, Romário e tantos outros, hoje raramente produzimos um jogador desse tipo. Nem falo desse nível. O Galo tem Ricardo Oliveira, com 37 anos. O São Paulo tem Diego Souza, um meia adaptado, já com 33 anos. No Palmeiras, Deyverson, o folclórico, é titular. No Cruzeiro, o veterano Fred está voltando de contusão. Leandro Damião, com toda sua grossura, tinha lugar no Inter. Há estrangeiros, como Borja e Barcos, alem da possível chegada de Boselli, Blandi (também no Grêmio) e Gigliotti, no Santos.

Brasileiros novos? Pablo, que nem é tão novo e nem é tao centroavante. Gabigol, que não conseguiu jogar na Itália e em Portugal. E Pedro, que sofreu uma triste contusão. A seleção joga com Richarlison, deslocado. Tem Gabriel e Firmino, bons, é lógico, mas que não são certeza de bola na rede, como a Copa mostrou.

Os clubes brasileiros estão produzindo jogadores de lado de campo. Richarlison, David Neres, Vinícius Jr… Ótimos no confronto individual, mas nada de chegada na área exceção a Richarlison, que se deu bem. Na base, o Palmeiras tem Papagaio. O São Paulo, com sua excelente base, não revela um bom centroavante desde quando? As últimas joias, ainda a se confirmarem no time principal, são Helinho, Anthony, Shaylon e Brenner.

É preciso olhar para a base e pensar no problema. Para que Boselli, já com 33 anos, não seja um objeto de desejo tão justificável assim.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.