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"Professor Jardine" será compreendido pelos alunos?

Menon

04/01/2019 10h31

Foi muito bom o primeiro treino dirigido por André Jardine no retorno do São Paulo aos trabalhos. Muita intensidade em espaço curto. Muito foco nos passes e em inversão de jogadas. Claro indício de que o São Paulo de resposta, cultivado por Aguirre, mudou mesmo e buscará ter a posse de bola o máximo de tempo possível.

Foi o que Jardine gritou várias vezes, durante os seis blocos de treinamento. "Está bom, está ruim, precisa melhorar, não esqueçam nunca que o conceito principal é ter a posse de bola".

Ele falava repetidamente, em alto em bom som, instruções sobre como melhorar o passe, aumentar a velocidade, ocupar os espaços, manter a posse de bola sem disputas próximas à própria área, orientava para trocas de "passes miúdos" até que se abrisse um espaço para servir um companheiro bem aberto e sobre como "esconder o passe". Na demonstração desse conceito, mostrou até uma certa habilidade. Pegou a bola, foi para a direita, voltou para a esquerda e tocou com três dedos para o lado do campo, achando um jogador pronto para o combate mano a mano.

Pareceu claro que o time, muitas vezes, não terá pressa. Vai trocar muitos passes até a inversão para um ponta buscar o drible e partir para gol. Ou, segundo o mantra moderno, um externo receber a bola no terço final e ter condições de obter a vitória final.

Jardine não usou esta terminologia. Eu tenho a desconfiança que os jogadores de futebol, em sua maioria, não entender tanto tatiquês. Nem mesmo os vejo interessados em um treinamento em que o professor fala coisas como "vocês precisam assimilar os conceitos de posse de bola e ocupação de espaços. Tenham sempre isso em mente", como Jardine falou.

Ou, amigos, também pode ser que eu seja apenas um jornalista que nunca chutou uma bola e que vejo os jogadores de forma preconceituosa. Pode sim, de forma involuntária, garanto para vocês.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.