"Professor Jardine" será compreendido pelos alunos?
Foi muito bom o primeiro treino dirigido por André Jardine no retorno do São Paulo aos trabalhos. Muita intensidade em espaço curto. Muito foco nos passes e em inversão de jogadas. Claro indício de que o São Paulo de resposta, cultivado por Aguirre, mudou mesmo e buscará ter a posse de bola o máximo de tempo possível.
Foi o que Jardine gritou várias vezes, durante os seis blocos de treinamento. "Está bom, está ruim, precisa melhorar, não esqueçam nunca que o conceito principal é ter a posse de bola".
Ele falava repetidamente, em alto em bom som, instruções sobre como melhorar o passe, aumentar a velocidade, ocupar os espaços, manter a posse de bola sem disputas próximas à própria área, orientava para trocas de "passes miúdos" até que se abrisse um espaço para servir um companheiro bem aberto e sobre como "esconder o passe". Na demonstração desse conceito, mostrou até uma certa habilidade. Pegou a bola, foi para a direita, voltou para a esquerda e tocou com três dedos para o lado do campo, achando um jogador pronto para o combate mano a mano.
Pareceu claro que o time, muitas vezes, não terá pressa. Vai trocar muitos passes até a inversão para um ponta buscar o drible e partir para gol. Ou, segundo o mantra moderno, um externo receber a bola no terço final e ter condições de obter a vitória final.
Jardine não usou esta terminologia. Eu tenho a desconfiança que os jogadores de futebol, em sua maioria, não entender tanto tatiquês. Nem mesmo os vejo interessados em um treinamento em que o professor fala coisas como "vocês precisam assimilar os conceitos de posse de bola e ocupação de espaços. Tenham sempre isso em mente", como Jardine falou.
Ou, amigos, também pode ser que eu seja apenas um jornalista que nunca chutou uma bola e que vejo os jogadores de forma preconceituosa. Pode sim, de forma involuntária, garanto para vocês.
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