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Flamengo não precisa de Daniel Fonseca

Menon

05/01/2019 18h15

O Flamengo tem feito um trabalho extraordinário nos últimos anos. Deixou de lado a sedução pelo oba-oba e o brilho fácil de contratações rocambolescas e recuperou

suas finanças. Só então, com tudo estruturado, passou a atuar mais fortemente no mercado, pagando 10 milhões de euros por Vitinho, por exemplo.

Agora, depois de tanto sacrifício, depois da construção do Ninho do Urubu, o Flamengo tem caixa para ser um protagonista no mercado. Contratou Rodrigo Caio e está em busca de Bruno Henrique e de Arrascaeta. Coisa de 100 milhões de reais.

O que não dá para entender é porque o Flamengo usou estratégia diferente com o Cruzeiro. Se negociou diretamente com a diretoria do São Paulo e do Santos, buscou a parceria de Daniel Fonseca para trazer de Arrascaeta.

Ex-titular da seleção uruguaia, bom centroavante, Daniel agora é empresário de jogadores. É o responsável pela carreira do meia cruzeirense.

Então, o Flamengo acertou tudo com ele. Salários do jogador, inclusive. E Fonseca foi comunicar ao presidente do Cruzeiro que havia uma oferta por de Arrascaeta. Um fato consumado que o dirigente Itair Machado não aceitou. E a que respondeu com uma série de baixarias. Ofensas pessoais.

Não seria mais fácil o Flamengo negociar direto com o Cruzeiro? Inclusive, colocaria na mesa a dívida que o Cruzeiro tem pela contratação de Mancuello. Poderia perdoar, facilitar, parcelar ou endurecer. E depois, apenas depois de tudo certo, comunicar o fato a Daniel Fonseca.

Flamengo e Cruzeiro isolando Daniel Fonseca. E não Flamengo e Daniel Fonseca isolando o Cruzeiro. Acredito que assim, seria mais fácil acertar salários do jogador. Com certeza, seria menor do que lhe foi oferecido por via transversa. Se você procura o jogador primeiro, ele tem maior poder de negociação.

Além do mais, este tipo de comportamento atrapalha uma união de clubes brasileiros contra a CBF. Atitudes predatórias inviabilizam uma convivência amistosa, que faria bem a todos.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.