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Arrascaeta desrespeitou o Cruzeiro

Menon

12/01/2019 11h06

Giorgian de Arrascaeta chegou ao Cruzeiro em 2015, após boa Libertadores pelo Defensor. Um jogador de futuro. Graças a seu futebol de alto nível, quebrou recordes, ganhou títulos e se transformou em ídolo. Saiu agora como cachorro magro que, satisfeita a fome, sai correndo e só volta no dia seguinte.

Arrascaeta não vai voltar. Ele trocou a perenidade da História pela instantaneidade de um fast food. Agiu como um garoto.

O Cruzeiro, para ele, foi apenas um local de trabalho. A torcida do Flamengo, que festeja sua chegada – e faz muito bem em festejar porque ele joga muito – pode ter certeza que a uma proposta da Europa, ele agirá da mesma forma.

Recorrerá ao velho, surrado e sujo truque de não treinar. Uma forma de chantagem contra seu empregador. Uma forma de atender aos desejos de seu procurador, louco por sua gorda porcentagem na transação.

Não defendo aqui que o jogador deva amar o clube que defende. Tem de ser profissional. A vida é curta, a carreira mais ainda e Garrincha está aí para nos lembrar de como quem fez a alegria do Brasil, de quem foi amado por torcedores de todos os times, terminou a vida superado pela doença do alcoolismo, sem ajuda de ninguém. E quem é que pode ajudar? Ninguém é obrigado a nada, ninguém tem culpa das agruras da vida. Ela pode ser cruel.

Então, Arrascaeta tem todo o direito de sair do Cruzeiro. Vai ganhar mais dinheiro e isto é importantíssimo. Justo e ninguém pode criticar. O que não consigo entender é um jogador rifar o amor de tantas pessoas. Jogar o status de ídolo no lixo. O jogador, por mais profissional que seja, por mais que defenda seus direitos, está dando um tiro no pé ao não levar em conta da paixão do torcedor, que gostaria apenas de um agrado. De respeito. Que Arrascaeta deixasse claro que gostaria de sair, mas que trabalhasse como todo torcedor sofrido enquanto a negociação não se concretizasse.

Nada disso. Nem uma despedida nas redes sociais, escrita por um assessor.

Nada.

Arrascaeta preferiu a rotatividade.

Será lembrado como aquele gringo de nome estranho, que abandonou o nosso time.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.