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Menon

Um grande gesto solidário da Sociedade Esportiva Palmeiras

Menon

14/01/2019 10h09

A Copinha é pródiga em histórias humanas. É como um rio cevado. Basta jogar a rede e pegar muitos peixes. Basta mergulhar e contar muitas histórias. O drama para chegar a São Paulo, viajando dias em ônibus, a perna quebrada, o garoto que foi criado pela avó, por isso Davó, o desespero de quem tem a última chance de se mostrar ao mundo do futebol. Todas histórias protagonizadas por jovens, por seres humanos.

E agora, uma linda história que não tem uma pessoa como foco. E sim, um clube. O Palmeiras deu um grande exemplo ao futebol brasileiro. Foi solidário ao Galvez, a quem eliminou. Bancou a viagem de volta dos jogadores ao Acre. E convidou todo o grupo a conhecer o maravilhoso estádio. Eu fico imaginando o alívio de garotos ao saberem que poderão voltar para casa e o deslumbramento em conhecer um estádio em que, muito provavelmente, nunca irão jogar.

Um dia inesquecível proporcionado por um clube. Uma diretoria que entendeu a máxima: "nunca é só futebol". Muito diferente do outro Palestra Itália, o Cruzeiro, que não paga uma dívida de R$ 400 mil ao Atlético Acreano.

Quantos torcedores o Palmeiras ganhará no Acre, com este gesto? Mil, cem? Que seja dois. Ou um. Um grande clube só é grande, só é gigante quando se torna o depositário da paixão popular. A partir de agora a audiência do Palmeiras – seja em alguma televisão 4k ou em um radinho de pilha aumentará. E o gigante se tornará ainda maior.

E a história bonita tem um lado triste. Triste e irônico. O Galvez foi vítima de seu sucesso. Teve um planejamento financeiro justo para a primeira fase da competição. Era chegar, perder e voltar. Pois, conseguiu chegar na terceira fase. E o dinheiro acabou. E as passagens não valiam mais. Galvez, o Imperador do Acre. Um epíteto que também serve para a Sociedade Esportiva Palmeiras.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.