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Jardine "confessa" o erro

Menon

07/02/2019 00h53

A língua de Jardine pressionava fortemente sua bochecha esquerda. Só parava quando o treinador começava a responder alguma pergunta na coletiva. Nervosismo. Ao seu lado, Hernanes estava lívido.

Minha pergunta foi a seguinte: o que deu errado desde que você assumiu? A resposta confirmou o que eu tenho visto como um grande erro de foco. Dele e da diretoria.

"Assumo a responsabilidade por 2019, mas antes, não. Não tive tempo para implantar as minhas ideias", disse.

Em um clube conturbado, com seca de títulos e com uma torcida desesperada, é muita inocência acreditar que você foi contratado para implantar uma ideia.

Jardine foi contratado para 1) conseguir o quarto lugar no Brasileiro. 2) se não desse, teria de eliminar o Talleres.

Simples. São duas tarefas árduas e bem específicas.

Elas poderiam ser conquistadas a partir da implantação de suas ideias? Sim, é lógico. Com elas ou sem elas. Mas o foco tinha de ser a classificação. E não foi o que se viu desde que assumiu.

Ele erra ao dizer que não pode ser julgado pelo ano passado. Quem pode? Eu? Você que está lendo? O Aguirre? Ou a Damares?

É impossível que Jardine cometa o mesmo erro de Dorival Jr no ano passado. Preciso de tempo para fazer minhas ideias serem assimiladas.

Não há tempo para nada. O tempo é curto e ele tinha e ainda tem de vencer. Em vez de implantar ideias, precisa tampar a avenida pelo lado direito. Como? Com Hudson, com Araruna, com Farias, com posse de bola no ataque, com Helinho? Surpreenda-me.

Precisa melhorar o rendimento dos volantes. Para quem, como eles, não conseguem ajudar na marcação, o rendimento defensivo é muito fraco. É errado dizer que só marcam. Nem isso conseguem fazer.

Jardine não consegue fazer o básico. Na Flórida Cup, o time levou seis gols. Todos pela direita da defesa. Os avisos vêm de tempos. Precisa resolver. Com suas ideias ou ideias de outro.

É lógico que Jardine não é o único culpado. O foco do post é nele porque é o único que pode reverter a situação. A análise dos muitos erros de planejamento ficam para após o segundo jogo.

Leia mais:

André Jardine precisa ter foco, muito foco

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.