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Menon

Brasil vence Argentina. E daí?

Menon

11/02/2019 10h41

Ganhar da Argentina sempre é bom.

Se a vitória impede que a Argentina ganhe um título, melhor ainda.

Que pena que a reação veio no final. Faltaram dois gols apenas para que o Brasil se classificasse…

Este é o modo poliana de ver a vida. Olhar a metade cheia do copo.

A realidade é outra.

O Brasil ganhou da Argentina por 1 x 0 e, mesmo assim, ficou apenas em quinto lugar no hexagonal final do campeonato sul-americano sub-20. Ficou fora do Pan-Americano de Lima-19, pois apenas três países se classificariam. E ficou fora do Mundial, pois havia apenas quatro vagas.

O drama é esse. Não importa minimamente se a vitória permitiu que o Equador ficasse com o título, tirando o gostinho da Argentina. Equador, Argentina, Uruguai e Colômbia classificados. Brasil, fora. Vai ver na televisão.

Essa mísera vitória não pode mascarar a péssima campanha do Brasil. Na primeira fase, duas vitórias, um empate e uma derrota. Na segunda, duas vitórias, duas derrotas e um empate. No total, em nove jogos foram conseguidos 15 pontos.

Não adianta ficar falando em números. O importante é perceber que o nível técnico apresentado foi muito ruim. E culpar apenas o treinador Carlos Amadeu é falsear a realidade. Afinal, ele convocou seis jogadores do Palmeiras e quatro do São Paulo, os clubes que dominaram a temporada. E ainda tinha Rodrygo, já vendido para o Real Madrid.

Sem querer estigmatizar alguém, vamos pegar o volante Luan, do São Paulo, como exemplo. Ele é uma das grandes revelações do clube. Está inscrito na Libertadores e talvez enfrente o Talleres. Então, um jogador que é considerado pronto para o futebol brasileiro, que é uma esperança para tentar mudar o péssimo momento do time no ano, não fez a mínima diferença entre os garotos da sua idade. Como Rodrygo, já milionário, não fez.

Os nossos melhores, os que estão prontos, são tragados na mediocridade de uma campanha que termina com eliminação. Entre dez países da América do Sul, o Brasil ficou à frente de Venezuela, Peru, Bolívia, Paraguai e Chile.

É o nosso nível.

Diante de uma situação tão ruim, duas verdades se apresentam:

1) as categorias de base não estão sendo bem cuidadas por clubes e pela CBF.

2) os jogadores não são tão bons como parecem ser.

A partir delas, é preciso trabalhar muito.

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.