Green Book (7/70)
Green Book é o tipo de filme que me faz lembrar o manjar branco da mamãe, o curau da Tia Glorinha ou uma corrida de Usain Bolt. Todo mundo sabe como vai acabar e, mesmo assim, é bom demais. A história já foi contada várias vezes, de muitas maneiras: duas pessoas diferentes ou até antagônicas são forças a uma convivência e acabam se aproximando, a partir da compreensão dos defeitos e do reconhecimento da qualidade do outro.
No caso do filme, um preto arrogante e talentoso viaja pelos Estados Unidos conduzido por um motorista branco, bronco e racista. O final do filme é na noite de Natal, na casa do motorista, com o pianista negro como atração principal. Um abraço sela uma amizade nascente. Os dois são pessoas diferentes. O preto já não é tão arrogante. O branco já não é racista.
O filme foi muito criticado. Dizem que é o pior vencedor do Oscar nos últimos 14 anos, desde Crash. Não tenho condição de opinar. Nem vi Crash e nem me lembro quais foram os últimos vencedores. Não é um dos melhores filmes que já vi, mas eu gostei. Muito.
Não consigo entender as críticas sobre racismo. Sim, os movimentos identitários consideram o filme racista. Para eles, um preto é, de certa forma, domesticado por um branco. Acho um exagero. Como no caso em que Fabiana Cozza, grande cantora, foi malhada por não ser preta o suficiente para interpretar Dona Ivone Lara em um musical. Para mim, o filme não é sobre racismo. É sobre amizade. E eu não consigo ver racismo em um filme que termina com um abraço entre um branco e um negro.
Viggo Mortensen, Mahershala Ali (que foi jogador de basquete) e Linda (sempre linda) Cardellini estão ótimos. Não entendo essa mania de não traduzir mais nome de filmes.
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