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Geromel e a cotovelada no coitadismo

Menon

07/03/2019 10h19

Pedro Geronel, ótimo zagueiro, deu uma cotovelada violentíssima e covarde no atacante Zampedri, do Rosário Central. Agiu abaixo de seu nível técnico e igualou-se a muito beque de fazenda que ganha a vida com mais intimidade com canelas do que com ela, a bola.

Aliás, não é só beque ruim que bate. Sergio Ramos, grande jogador, é mais desleal que o Dick Vigarista.

Qual o problema, então?

É criar-se uma narrativa falsa sobre futebol. É dizer que os jogadores de outros países, principalmente Argentina e Uruguai, são violentíssimos, verdadeiros egressos do sistema penal, enquanto nossos atacantes são virgens nervosas antes do primeiro beijo.

O nome disso é muleta. A cada derrota, voltam termos como catimba e frases xenófobas como argentino sujo, boliviano morto de fome ou uruguaio FDP merece um tapa na cara.

A muleta é vocalizada com a expressão: "isso é Libertadores", que serve para justificar tudo, de cotovelada a derrota dentro de casa.

Somos mesmo uma reunião de jogadores santos, perseguidos por todo o lado? Ou somos marcados mundialmente como piscineiros? Ou futebol é jogo de contato e há, no mundo todo, da França ao Cazaquistão, da Bolívia à Áustria, do Oiapoque ao Chuí quem se aproveita disso para praticar jogo violento?

Quem prometeu aleijar o brasileiro Rodrygo, do Santos, foi o brasileiro Kanu, do Oeste.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.