Geromel e a cotovelada no coitadismo
Pedro Geronel, ótimo zagueiro, deu uma cotovelada violentíssima e covarde no atacante Zampedri, do Rosário Central. Agiu abaixo de seu nível técnico e igualou-se a muito beque de fazenda que ganha a vida com mais intimidade com canelas do que com ela, a bola.
Aliás, não é só beque ruim que bate. Sergio Ramos, grande jogador, é mais desleal que o Dick Vigarista.
Qual o problema, então?
É criar-se uma narrativa falsa sobre futebol. É dizer que os jogadores de outros países, principalmente Argentina e Uruguai, são violentíssimos, verdadeiros egressos do sistema penal, enquanto nossos atacantes são virgens nervosas antes do primeiro beijo.
O nome disso é muleta. A cada derrota, voltam termos como catimba e frases xenófobas como argentino sujo, boliviano morto de fome ou uruguaio FDP merece um tapa na cara.
A muleta é vocalizada com a expressão: "isso é Libertadores", que serve para justificar tudo, de cotovelada a derrota dentro de casa.
Somos mesmo uma reunião de jogadores santos, perseguidos por todo o lado? Ou somos marcados mundialmente como piscineiros? Ou futebol é jogo de contato e há, no mundo todo, da França ao Cazaquistão, da Bolívia à Áustria, do Oiapoque ao Chuí quem se aproveita disso para praticar jogo violento?
Quem prometeu aleijar o brasileiro Rodrygo, do Santos, foi o brasileiro Kanu, do Oeste.
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