Um ano da maior derrota
Hã um ano, no Pirajá, alguns amigos se encontraram para comemorar o bom Jornalismo que fizemos na Revista ESPN. Ideia da Naiana, nossa correspondente em Estocolmo.
Estavam Caio Maia, o chefe da troupe, Bia Gomes, nossa designer artilheira, Luciano, Vanessa, Ubiratan, Léo, Dado, Rodrigo e eu.
Muita conversa, muitas lembranças. E também um olhar na televisão. E no celular, praga moderma.
Cara, o Flamengo está perdendo do Emelec. Flamengo empatou. Vinícius Jr marcou o segundo, o moleque é bom mesmo, mataram uma vereadora no Rio, tiro na cabeça, que tristeza o Rio..
Marielle, nome estranho. Nunca ouvi falar dessa vereadora. Despedidas, vamos marcar outro, volta pra casa, celular a mil.
Tiro na nuca é execução, vereadora é negra, lésbica e do PSOL. Assessora do Freixo, isso é coisa de milícia.
No dia seguinte, promessa de solução rápida. Muito mais lenta do que outro processo paralelo. Há que se culpar a vítima. Matar a morta. Assassinar a assassinada. A mulher preta e lésbica foi enlameada, jogada no esgoto. Foi chamada de mulher de traficante e ligada a bandidos. Inimiga da PM.
Precisa ter muito ódio para matar alguém, mas não foi crime de ódio. Foi assassinada por pensar diferente de quem mandou matar. O motorista Ânderson estaria vivo se estivesse dirigindo meu carro. Ou o carro do Elvis Presley, que, sim, já morreu.
Os políticos não perceberam isso. Nem por corporativismo. Hoje, foi ela, amanhã posso ser eu. Independentemente da linha política, um País não pode aceitar que alguém mate ou morra por conta de duas ideias.
Foi a maior derrota de quem já perdera Chico Mendes e irmã Dorothy.
A esquerda?
Não. O País, estúpido.
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