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Philippe Coutinho atual é o Tostão de 74

Menon

26/03/2019 11h26

Em 1974, o Brasil foi eliminado pela Holanda no Mundial da Alemanha. Cruyff estava em campo. Pelé, nas tribunas. O Rei, aos 33 anos, cumpria uma decisão tomada há tempos e já não defendia a seleção. Três meses depois, deixaria o Santos também.

Eram tempos de "Prá frente, Brasil" e Pelé foi muito criticado por abandonar o scratch canarinho.

Tecnicamente, era uma perda imensa. Mas era uma perda anunciada. O que não se esperava era a ausência de Tostão, que abandonara o futebol um ano antes por causa de descolamento na retina. Tinha 26 anos. Neymar tem 27.

Tostão, por seu futebol, sua inteligência e capacidade tática poderia ser o condutor da nova seleção. Poderia ser o jogador em torno do qual se formaria um novo grande time, que havia perdido também Clodoaldo, mas que tinha Rivellino, Jairzinho e Carpegiani.

A verdade é que a Holanda foi muito superior. Mas também é verdade que perdemos o substituto de Pelé.

Agora, vejo alguma semelhança. Para pior. Neymar não é Pelé, é lógico. E não temos coadjuvantes que assumam a seleção quando ele não está. E nem quando está.

Philippe Coutinho poderia ser o segundo homem. Fez uma boa Copa, mas afundou quando trocou o Liverpool pelo Barcelona. Tite confia nele à espera de uma resposta que demora a ser dada.

Gabriel Jesus também não assume o protagonismo e parece cada vez mais claro que não tem bola para tanto. Firmino? Não tem capacidade de conduzir um time, de ser mais do que é: um bom atacante.

A seleção tem Neymar, único protagonista, um astro pop que já fez dois Mundiais decepcionantes. E coadjuvantes que não deixam de ser coadjuvantes.

Fica difícil.

 

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.