Philippe Coutinho atual é o Tostão de 74
Em 1974, o Brasil foi eliminado pela Holanda no Mundial da Alemanha. Cruyff estava em campo. Pelé, nas tribunas. O Rei, aos 33 anos, cumpria uma decisão tomada há tempos e já não defendia a seleção. Três meses depois, deixaria o Santos também.
Eram tempos de "Prá frente, Brasil" e Pelé foi muito criticado por abandonar o scratch canarinho.
Tecnicamente, era uma perda imensa. Mas era uma perda anunciada. O que não se esperava era a ausência de Tostão, que abandonara o futebol um ano antes por causa de descolamento na retina. Tinha 26 anos. Neymar tem 27.
Tostão, por seu futebol, sua inteligência e capacidade tática poderia ser o condutor da nova seleção. Poderia ser o jogador em torno do qual se formaria um novo grande time, que havia perdido também Clodoaldo, mas que tinha Rivellino, Jairzinho e Carpegiani.
A verdade é que a Holanda foi muito superior. Mas também é verdade que perdemos o substituto de Pelé.
Agora, vejo alguma semelhança. Para pior. Neymar não é Pelé, é lógico. E não temos coadjuvantes que assumam a seleção quando ele não está. E nem quando está.
Philippe Coutinho poderia ser o segundo homem. Fez uma boa Copa, mas afundou quando trocou o Liverpool pelo Barcelona. Tite confia nele à espera de uma resposta que demora a ser dada.
Gabriel Jesus também não assume o protagonismo e parece cada vez mais claro que não tem bola para tanto. Firmino? Não tem capacidade de conduzir um time, de ser mais do que é: um bom atacante.
A seleção tem Neymar, único protagonista, um astro pop que já fez dois Mundiais decepcionantes. E coadjuvantes que não deixam de ser coadjuvantes.
Fica difícil.
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