Topo

Menon

O VAR é muito chato

Menon

01/04/2019 12h02

O VAR está implantado no Brasil. Não há o que discutir. Basta torcer para que sua utilização melhore.

O VAR deixa o jogo mais justo.

O VAR é muito chato.

Vejamos o caso de Cássio. O grande goleiro caçou borboleta e levou o gol de empate. Azar? Não, errou mesmo. O azar dele é que não houve nenhum lance polêmico de VAR. Se aquele lance de Reinaldo e Dudu fosse com Avelar e Rodrygo, ninguém falaria de Cássio ou da assistência de Luis Felipe e Clayson.

Pobres Dudu e Antony, os melhores do clássico de sábado, relegados ao esquecimento eterno. Os astros do jogo foram Vinícius Furlan e Raphael Claus.

Não, Vinícius Furlan não é um neto de Pablo Forlán estreando no São Paulo.  Não, Raphael Claus não é o nome verdadeiro de Zé Rafael, tentando impressionar Felipão. Não são uma dupla de zaga, não são externos desequilibrantes. São apenas um juiz e um homem do VAR

Azar de jornamistas que, além de comentaristas de arbitragem e ex-jogador "que mete a boca sem medo', agora terão a companhia de especialistas em VAR.

Regozijo entre os bacharéis. Qual será o cachê fixado pela OAB para especialistas em protocolo de VAR? Um campo vasto está aberto para eles.

Quem foi melhor, Pelé ou Messi? Uma pergunta que respira por aparelhos, algo tão velho quanto saber se a Rainha do Rádio é Emilinha Borba, a favorita da Marinha ou Marlene. A discussão da moda será quem é o melhor do VAR, Raphael Claus ou Tiago Peixoto. Irão para Liga?

As fabricantes de camisa não querem mais saber dos grandes clubes. Querem vestir o VAR.

A distopia me assusta.

No sábado, estava no Morumbi. Quando o VAR decidiu que o pênalti marcado não havia sido pênalti a torcida do São Paulo comemorou como se fosse um gol. Senti muita saudade do meu futebol sem VAR.

Mas, são os novos tempos. Não vou lutar contra. Reconheço que o jogo fica mais justo. E daí? Jogo é para ser justo? Não pode ser desonesto, mas justo? Como ginástica? Como pontos corridos?

Eu prefiro mata-mata.

Eu acho VAR muito chato.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.