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Petraglia, leão sem dentes, ameaça e não explica doping

Menon

14/05/2019 11h27

"Não sei se é senhora ou senhorita", disse Mario Celso Petraglia à repórter Luana Kaseker, de A Gazeta do Povo.

Eles estavam em uma entrevista coletiva e não em um bate-papo no Tinder da terceira idade. A frase fez parte de uma resposta de Petraglia à pergunta pertinente que ele considerou impertinente. Não foi um correio elegante enviado em alguma quermesse.

"Cale-se", disse, em seguida, o presidente do Conselho Deliberativo, como se fosse dono do Athetico. Na verdade, é. A ponto de colocar o clube a serviço de uma candidatura presidencial.

A irritação é "entendível", mas não se justifica. Afinal, o dono do clube viu o clube atrapalhar seriamente a carreira de dois jogadores.

Viu o clube que ele prometeu ser campeão do mundo comportar-se como um timinho varzeano em que produtos considerados doping são distribuídos aleatoriamente, como hóstias nas missas da Catedral Basílica de Curitiba.

Com uma diferença. Hóstia só recebe quem confessa seus pecados. Doping, no time de Petraglia não tem restrição.

Petraglia é um leão sem dentes. Tem apenas o urro, apenas o cale-se, não assusta ninguém. Leão que não cuida de seu reino acaba deposto.

No final, após dispensar agradecimentos e sugerir desculpas, o machista ameaçou A Gazeta do Povo com proibição nas próximas entrevistas.

Não há perigo. Os dois estão do mesmo lado. A última eleição mostrou. E o velho leão, pasmem, foi o mais discreto.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.