Itaquera vê surgir o novo Messi
Os sinais de transformação dados em Porto Alegre e no Maracanã se confirmaram em Itaquera: aos 32 anos, Lionel Messi é um outro jogador.
A alta categoria de sempre agora encontra um jogador mais participativo – colocando o dedo na ferida e reclamando do estado lamentável dos gramados – reivindicativo – acusando a ausência do VAR contra o Brasil e brigador – encarando face to face o Pitbull Medel.
E, ao se recusar receber o prêmio, denunciar o que pensa ser corrupção.
É um Messi mais maradoniano. Não é mais o gênio ausente, não é mais o ET, é um Messi mais humano, mais briguento. Mais coração. Foi até expulso.
É lógico que, quando se fala de técnica, a expulsão de Messi prejudicou a Argentina. Quem troca Messi por Medel? Taticamente, o Chile é que perdeu. Precisou apenas recompor sua defesa. A Argentina ficou com um atacante a menos.
Mas a ausência de Messi pode ser entendida como um ganho futuro. Tudo indica que ele não é mais um capitão pró forma. Não é mais um cargo tributo à sua genialidade.
Agora, Messi é um capitão de fato. Disposto a comandar o novo time que está surgindo para o próximo ciclo que tem três grandes desafios: as Eliminatórias, a Copa América em casa (dividida com a Colômbia) e a Copa do Catar.
O final do caminho de três anos pode ser um título após 26 anos de jejum da Argentina, 13 deles com Messi. Números de hoje. Será no mínimo um ano a mais.
Seria, enfim, o encontro do garoto que deixou Rosário com 13 anos de idade com a paixão alucinada e sem freio do povo argentino pelo futebol.
Messi será, enfim, o novo Diego.
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