Amazônia e a triste omissão dos boleiros
Um jogador do PSG fez uma publicação no twitter lamentando as queimadas no Amazonas.
O nome dele é Kylian Mbappé. Francês.
Um jogador famosíssimo, de língua portuguesa, também se manifestou sobre o assunto.
O nome dele é Cristiano Ronaldo, português da Ilha da Madeira.
Os craques brasileiros se calaram. De Neymar a Tite, de Thiago Silva Vandercleison Paulista, que joga na Malásia, todos olham de lado. Ou para o umbigo.
Calados. Como se calam diante de problemas mais corporativos, podemos dizer assim, como a triste situação dos jogadores do Figueirense, que, ainda assim, é melhor que a da grande maioria.
Os jogadores são milionários que só pensam em si. E no que lhes pode trazer alguma vantagem. Nunca entram em dividida.
Milionários são assim. Tratam o Brasil como um cafetão trata suas meninas. Uma fonte de dinheiro, apenas.
Neymar, em abril, publicou um desenho do Quasímodo abraçando a Catedral de Notre Dame, que havia sofrido um incêndio. Pediu orações. Agora, nada.
Por quê?
Porque é mais chique? Porque ele mora lá? Porque faz ser bem aceito? Ou porque lamentar as queimadas pode soar como uma crítica ao presidente?
Na verdade, não foi apenas ele. Milhões de brasileiros fizeram a mesma coisa. Choraram baldes que poderiam ajudar a apagar o incêndio de Notre Dame e uma lágrima sequer pelo Museu Nacional ou pela Amazônia.
É difícil colocar todos no mesmo balaio, mas é possível ver um traço comum entre os jogadores brasileiros. Saem da pobreza para a riqueza em poucos anos. Com muita rapidez. A bola é o motor que leva do sonho aí feijão. Caviar. Que leva da admiração platônica ao sexo consensual ou pago.
A bola.
Só ela interessa.
O mundo, outra bola, que se lasque.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.