A diferença entre Jesus e os brasileiros
Os treinadores brasileiros são ultrapassados, como disse Jorge Jesus antes de trabalhar aqui.
Eu diria que eles sofrem do efeito manada. Todos optam pelo mesmo estilo de jogo. Há dez anos, era o 3-5-2. Depois, o 4-2-4 e atualmente o 4-2-3-1.
Mas a questão principal não é o esquema, embora em nome dele, jogadores sejam sacrificados. Fulano não pode jogar junto com sicrano.
O que pega de verdade é a filosofia praticada. Algo assim:
1) O importante é não perder
2) Toda vantagem conseguida deve ser defendida com unhas e dentes
3) É muito mais importante defender a vantagem do que ampliá-la.
4) A única maneira possível de se manter uma diferença é recuar o time é apostar em contra-ataque.
Renato é uma exceção.
E Jesus?
Ao contrário dos colegas, ele não adapta os jogadores a um esquema definido. Ele tem conseguido escalar seus melhores jogadores aí mesmo tempo. Arão é o volante. Gérson, Everton Ribeiro e Arrascaeta no meio. Gabigol e Bruno Henrique no ataque.
E, quando consegue uma vantagem, o time luta para aumentá-la.
Evidentemente, a quantidade de jogadores com alto nível técnico ajuda Jesus a fazer sua opção pela qualidade.
"Ah, assim até eu", pode-se dizer.
Não é verdade. A grande maioria dos brasileiros escalaria um volantão ao lado de Arão.
E a rima pobre seria um problemão e não uma solução, Carlos Drummond de Andrade que me perdoe pela ousadia.
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