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Rogério, Oswaldo e o constrangimento desnecessário

Menon

27/09/2019 18h50

As demissões de Oswaldo e Rogério Ceni vieram acompanhadas de atitudes constrangedoras dos treinadores.

A de Oswaldo foi ao vivo e a cores. Depois de quase sair no braço com Ganso, foi à entrevista coletiva e disse que tudo havia sido resolvido, com um abraço e recíprocos pedidos de desculpas.

Nada estava resolvido. Foi demitido no dia seguinte.

É difícil entender o que leva um senhor de 68 anos, ofendido diante de milhares de pessoas por um subalterno que tem idade para ser seu filho, relevar e fingir que está tudo bem.

Deveria ter contado a verdade na coletiva. Ter exposto o que sofreu desde a sua chegada. Ter pedido demissão. Ou ter combinado uma saída honrosa.

Não sei se tem multa na parada, mas Oswaldo, por todas as conquistas em 44 anos de carreira, com certeza tem um patrimônio acumulado que poderia deixá-lo longe de um mico tão grande.

Ninguém merece ser humilhado por ninguém. Ainda mais por Ganso, aquele que nunca foi o que poderia ter sido.

O constrangimento de Rogério aparece em sua carta de despedida. Ela confirmou o que o UOL havia publicado.

Ofereceu-se para trabalhar de graça até o Cruzeiro não sofrer mais risco de rebaixamento.

Trabalhar de graça é ridículo.

Ter sua oferta de trabalhar de graça recusada é muito mais que um mico, é um babuíno.

Os dois poderiam ter saído como profissionais dignos que não aceitaram ser fritados por jogadores sem nível ético.

Saem como profissionais que não tiveram espinha ereta. Um, queria trabalhar de graça e o outro, aceitou uma humilhação terrível.

E, cá entre nós, nenhum dos dois deve ter problemas com dinheiro, não é? Nós é que contamos os dias para cair o adiantamento do 13°.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.