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Revolusa pretende resgatar a Portuguesa no ano do centenário

Menon

07/10/2019 16h55

A Portuguesa está na Série A-2 de São Paulo. Não disputa campeonatos nacionais. Tem contrato com pouquíssimos jogadores. A dívida é enorme, coisa de R$ 600 milhões. As rendas são penhoradas. A verba da Federação também. A eleição presidencial será em 15 de dezembro. E quem é louco pra se candidatar?

Eu, responde com voz firme, sem vacilar, o empresário Luis Fernando Tomé, de 36 anos. Tem empresa de contabilidade, uma academia de ginástica e um escritório de coworking.

Ele tem chapa formada – Revolusa – e conta qual será o conceito básico de seu trabalho.

"Atualmente, a Portuguesa é cobrada. Nós vamos mudar. Vamos cobrar os jogadores. E isso só será possível com pagamento em dia. Todos vão receber até o quinto dia útil de cada mês", afirma.

O plano de trabalho tem três frentes e será baseado no sucesso de dois pilares: marketing e futebol.

"Meu executivo de marketing será Jorge Avancini, que fez trabalhos bons no Inter e no Bahia. O de futebol será o Marco Antônio, que foi capitão do time em 2011, quando ganhamos a Série B", explica Tomé.

Marco Antônio fez curso de gestão na CBF e conhece muitos jogadores. Avancini fará um trabalho de marketing baseado no centenário do clube. O trabalho conjunto permitirá a Tomé cumprir seu orçamento sem necessitar "passar o chapéu" aos abnegados de sempre.

"Pretendo separar as coisas. O futebol e o clube social terão centros de custos diferentes. O futebol vai se sustentar. Teremos patrocinadores e investidores".

Os eixos de trabalho são.

1) Curto prazo – A eleição e no último dia de novembro e só vamos assumir em janeiro, mas Tomé pretende começar a trabalhar em dezembro para montar o time. Ele já vai se responsabilizar pela folha fo pagamento de dezembro. Garante que não haverá atrasos. A pré-temporada será fora de São Paulo.

2) Médio prazo – Ele quer unificar todas as ações trabalhistas em uma única vara para poder gerir melhor a dívida.

3) Longo prazo – Cuidar da parte patrimonial do clube, depauperado. As piscinas estão soterradas

E como estará a Portuguesa daqui a três anos?

"Não tenho a pretensão de dizer que estará tudo certo, mas sei que estará melhor que agora", diz Tomé.

Pode parecer pouco para quem encabeça uma chapa cujo nome remete a revolução. Mas, não deixa de ser uma revolução um clube centenário voltar a ser respeitado como já foi um dia.

 

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.