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Não vi machismo na frase de Renato

Menon

24/10/2019 21h09

Após a derrota para o Flamengo, na desesperada busca de uma explicação, Renato Gaúcho recorre a uma frase que está lhe custando muitas acusações de machismo. "Até uma mulher grávida faria gol no Grêmio hoje".

É machismo? Bem, quem decide é o lado atingido. Se as mulheres se sentem atingidas e consideram machismo, machismo é?

Mas as mulheres se sentem atingidas. Ou apenas um grupo delas, politizado e ideologizado?  Ou a maioria das mulheres e os seres humanos de todos os gêneros entendem a comparação?

Mulher grávida tem ou não tem problemas de locomoção? Tem ou não tem dificuldade para cabecear, como Mari e Rodrigo Caio? Tem ou não tem problemas de velocidade?

Eu só voto em mulher para cargo legislativo. Escolho dentre centenas de candidatos, deputadas que mereçam meu voto. Na última eleição, votei em Leci Brandão e Juliana Cardoso. Para cargo executivo, posso votar em mulher, mas não necessariamente. São poucos candidatos e não votaria em janaínas e joices.

Pois, bem. Outro dia critiquei a deputada Tábata, eleita pelo PDT e que votou a favor da reforma da Previdência. Fui chamado de machista.

Toda crítica a uma mulher é machismo?

Eu acho que as mulheres já provaram que podem trabalhar em todas as profissões. Vamos pensar no jornalismo esportivo. Podem ser tudo, de repórter a âncora. Mas eu não gosto de nenhuma mulher narradora. Questão de gosto. Sou machista?

O identitarismo fica a um pé do isolacionismo. Eduardo Suplicy foi chamado de "macho branco palestrinos" por militantes do Movimento Negro. O motivo? Fiel ao seu estilo, foi prolixo e falou de Renda Mínima em uma pergunta a Ângela Davis, que estava no Brasil.

Ora, quantos negros defendeu até hoje em sua vida pública? Fabiana Cozza, grande cantora, desistiu de viver Dona Ivone Lara em um musical. Foi criticada por ser menos preta que a Deusa do Samba.

Prefiro pautas progressistas mais amplas, menos segregacionistas.

Sabe qual frase de Renato me incomodou? Uma que ele fala que Jair e Sérgio vão salvar o Brasil. A outra, não.

 

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.