Flamengo, mesquinho e cruel
A Justiça determinou que o Flamengo pague uma pensão mensal de 10 mil mensais às famílias de 13 garotos vítimas do incêndio no Ninho do Urubu.
O clube, que já paga R$ 5 mil por vontade própria, diz que irá recorrer.
Mesquinharia e estupidez.
A quantia é fundamental para as famílias. E é, como se diz no interior, dinheiro de pinga para o Flamengo. R$ 130 mil mensais é o que ganha um jogador ruim de time grande. Ou, um jovem em ascensão, assinando o primeiro contrato. Antony, do São Paulo, por exemplo.
As grandes empresas são duras em negociações trabalhistas. Não querem que a vitória de um trabalhador incentive outros a lutarem.
Não é o caso. A não ser que o Flamengo assuma que há possibilidade de um novo incêndio.
Deixando de lado a questão humanitária, pensemos em termos comerciais. O que o Flamengo vai economizar é mais ou menos perderá com imagem arranhada.
O time que venceu o Liverpool é o mesmo que não aceita pagar pela vida de meninos queimados. Está é a dicotomia que ficará eternizada.
Talvez, não. Talvez tudo fique por isso mesmo, talvez tudo se esqueça rapidamente – as vítimas não tinham ainda seu nome na memória da torcida – e os Garotos Queimados sejam apenas um case de sucesso na administração do Flamengo.
Economizaram 65 mil por mês. Metade do que ganha Rodney.
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