Dudamel chegou. Invasão gringa é tapa na cara dos desempregados.
A Venezuela ocupa o 25° lugar no ranking de seleções da FIFA.
Rafael Dudamel é venezuelano.
Ele trocou o comando da seleção pelo Atlético.
O Atlético é um time brasileiro, país com maiores conquistas mundiais.
Um venezuelano sem experiência internacional dirigir um grande clube brasileiro é um enorme sinal vermelho para nossos técnicos.
Um gigantesco farol vermelho, um SOS angustiado, um alarme de milhões de decibéis.
Dudamel, apesar do vice mundial sub-20, apesar de revelar Soteldo e Farinez, apesar de chegar duas vezes às quartas da Copa América, está sendo contratado mais pelo desânimo com os treinadores brasileiros do que por suas qualidades.
Ele vem no vácuo de Jorge Jesus, campeão brasileiro com recorde de pontos na era dos pontos corridos. Campeão da Libertadores.
Vem no vácuo de Jorge Sampaoli, vice campeão brasileiro com um futebol agradável e agressivo.
Vem na memória de Osório, Bauza e Aguirre, três estrangeiros de bom papel no São Paulo, onde tantos fracassam nos últimos tempos.
A invasão estrangeira – o Inter trouxe Coudet, que brilhou no Rosário Central e Racing – é um tapa na cara dos brasileiros.
A lista de treinadores brasileiros sem emprego é alta.
Felipão – campeão do mundo, brasileiro, da Copa do Brasil e de estaduais.
Carille – campeão brasileiro e paulista.
Mano – campeão da Copa do Brasil. Ex-treinador da seleção.
Oswaldo de Oliveira – campeão mundial, brasileiro, estadual
Cuca – campeão da Libertadores, do Brasileiro e da Copa do Brasil.
Zé Ricardo – já dirigiu Flamengo, Vasco, Botafogo e Inter.
Jair Ventura – já dirigiu Botafogo, Santos e Corinthians.
Marcelo Oliveira – campeão brasileiro e da Copa do Brasil
Vagner Mancini – ganhador da Copa do Brasil
Ricardo Gomes – já dirigiu São Paulo, Fluminense e Vasco.
Celso Roth – campeão da Libertadores
Falcao – ex-treinador da seleção brasileira
Lisca – ex-treinador do Inter
Dunga – ex-treinador da seleção brasileira.
A luta pela recolocação será maior. Os exemplos são claros. Antes de Dudamel, o Galo tentou Sampaoli. Não foi Cuca, que o comandou na maior conquista de sua história. Não foi Felipão, não foi Carille…
A culpa é dos próprios técnicos brasileiros, que não saem de sua bolha. Não se renovam. Não ousam. Continuam sempre na tática do cobertor curto: se a gente estiver perdendo, atacamos, se a gente estiver ganhando, defendemos.
Quais são os auxiliares de nossos treinadores? O que eles acrescentam, além de fidelidade canina? Tite e seu filho Mateus, Cuca e seu irmão Cuquinha, Felipão e Murtosa ou Paulo Turra, com seus enormes fones, Marcelo Oliveira e Tico, Mano e Sidnei?
São parentes ou velhos conhecidos, cuja maior qualidade é o fato de não ameaçarem. São fiéis, não traem. Afinal, quando e onde conseguiriam salários em torno de R$ 100 mil mensais?
Tudo estava muito bom para os treinadores brasileiros. Vou mal no Cruzeiro, vou para o Palmeiras. Vou mal no Palmeiras, o Santos está aí, fracasso no Santos e o São Paulo me acolhe.
Agora, mudou. Abel ainda consegue o Vasco, após más passagens por Flamengo e Cruzeiro, o Botafogo ainda aposta em Valentim, que foi péssimo no Avaí, mas a concorrência aumentou. Além de Jesus e Jesualdo, além de Coudet e Dudamel, há muitos nomes na agenda.
Os brasileiros precisam mudar também. Ou perderão mercado a cada dia. Terão de levar seus prestimosos auxiliares ao Japão, Arábia Saudita, Kuwait, países que ainda acolhem brasileiros.
Ou, então, buscarem a Série B.
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