RIP, Paulistão de del Nero. Você não merece Neymar e Paulinho
Menon
18/05/2013 11h16
O campeonato paulista termina de forma melancólica. A falta de interesse presente em 19 rodadas intermináveis, as decisões em um jogo só, pênaltis decidindo quem vai à final e talvez o campeão e agora suspeita sobre a arbitragem.
Rodrigo Bragheto não deveria prestar serviços ao Corinthians. A Federação deveria ter deixado isso bem claro há muito tempo. Ele nunca deveria ter apitado jogos que envolvessem o clube que contrata serviços de sua empresa. Aliás, ele nunca deveria prestar serviços a um clube de futebol.
Não basta ser honesto. É preciso parecer honesto, é preciso evitar insinuações. Para seu próprio bem e para o campeonato. A isso tudo se soma a falta de habilidade da Federação. Escala o árbitro e, quando a relação promíscua vem à tona, aceita seu pedido para ficar longe da final. E também aceitar o final da carreira.
Tudo poderia ser evitado, mas a incompetência e a inércia prevalecem. Não tenho motivos para acreditar na desonestidade do árbitro e não acredito que o Corinthians tenha contratados os serviços de sua firma para levar vantagem. Nada me autoriza a pensar isso, mas a lambança foi feita.
Para carimbar ainda mais esse campeonato paulista como o de triste memória, a decisão marcará, muito provavelmente, a despedida de Neymar e Paulinho, dois dos maiores jogadores do futebol brasileiro. O duelo dessa decisão será, a partir de agora, privilégio de europeus. O próximo encontro entre eles será em gramados melhor, em estádio mais bonito em um campeonato mais bem organizado.
É triste ver a lei natural das coisas sendo exercida uma vez mais. Quem tem campeonatos como esse que termina agora não merece ter craques como Paulinho e Neymar. Eles são artigo de luxo. São para gringos e não para nós, eternos reféns de Marins e delneros.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.