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Saida é boa para Tite, para o Corinthians e ótima para Mano

Menon

14/11/2013 20h21

No mesmo dia em que Dorival Jr estreou no Fluminense, seu terceiro time na temporada, Tite foi comunicado que não continuará no Corinthians em 2014, após quatro anos no clube.  É um período de tempo totalmente fora da curva em um país em que Pintado tem contrato assinado com São Caetano e Botafogo (ao mesmo tempo).

Na história do Corinthians, Tite não é uma exceção apenas pelo período de permanência. É uma referência em relação a títulos conquistados. Como diriam os modernos, ele deu um upgrade na qualidade de conquistas do mais popular time do estado. Ganhou a Libertadores, ganhou o Mundial e terminou com aquela gozação perene nas arquibancadas.

A segunda passagem de Tite pelo clube, em relação à primeira, tem uma coincidência: o treinador não soube a hora de sair. Lembram-se quando ele falou que não ficaria no clube sob a direção de Kia Joorabchian? Engoliu o que falou e depois foi mandando embora, após um jogo contra o São Paulo. No último minuto de jogo, Coelho bateu um pênalti. Tevez ficou de fora. Ceni pegou e Tite morreu abraçado com Coelho. 

Aliás, Tite, talvez por ser alguém muito emotivo, tem certa dificuldade em desapegar. Me lembro de uma passagem pelo Inter, quando estava claro que era hora de sair. Não quis. Os jogadores forem defendê-lo em uma coletiva pós-jogo. Ele ficou ao fundo, todo emocionado, quase chorando. Ficou um pouco mais e depois foi demitido.

Agora, novamente ele perdeu o trem da demissão espontânea. O time, há muito não joga bem. E ele não consegue fazer o time melhorar. Parece ser acometido de um banzo, de uma fidelidade canina a jogadores como Sheik e Romarinho e foi afundando com eles, como fizera com Coelho. Não soube também mudar o esquema, não soube dar um choque de vibração. Tite, um cara mercurial, um sujeito emotivo, perdeu-se pelo e-qui-lí-brio. O excesso de remédio matou o doente.

O Corinthians vai pasar por um processo de renovação. Deveria ser comandado pelo treinador mais vitorioso da história do clube? Eu acho que não. Tite seria refém de seu próprio sucesso. Não haveria paciência para que montasse um novo elenco, que tivesse o mesmo rendimento de antes.

Para ele, vai ser bom trabalhar em outro lugar. Iniciar outro trabalho que pode ser brilhante como esse.

Para o Corinthians, vai ser bom. Trouxe Mano Menezes, que também tem história no clube, também é competente e que pode ter calma para começar um novo processo.

Para Mano, é ótimo. Ele tem a oportunidade de se refazer de seus últimos insossos trabalhos na seleção brasileira e no Flamengo. Começa um trabalho do zero, mas com respaldo enorme da torcida. É uma chance de recomeço. Todos sonhariam com algo assim.

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


Menon