Galo não pode esquecer que 2013 foi ano de redenção
Menon
19/12/2013 09h54
Cuca é um treinador brilhante e ousado. Muitas vezes o Galo joga em um 3-4-3 tão bonito quanto eficiente quanto único no futebol brasileiro. Mas ele não consegue tirar a tensão do time. Tenho certeza que os jogadores do Galo sabiam tudo sobre o time do Raja, sabiam tudo sobre a história do clube, assistiram ao triângulo amoroso de Ricky, Ilsa e Victor várias vezes, entraram em campo sabendo tudo sobre como ganhar. E eu fico me perguntando se num caso assim não é melhor o técnico dizer apenas: "vocês representam o futebol brasileiro, são melhores do que eles, então vão lá e vençam. Troquem passes curtos para não ter erro, consigam umas faltas para o Ronaldinho e é só. Boa sorte".
Mas com o Atlético não é assim. Como times de massa que passaram por grandes jejuns, não é assim. Não basta ganhar, é o preciso dizer que para nós é tudo mais difícil, que somos sofridos, que os deuses precisam estar do nosso lado, que representamos toda a tristeza do povo sofrido, que somos o arauto da redenção, blablabla. Nessas horas, tiram todo o lado lúdico do futebol e o transformam em tese de doutorado sobre o sofrimento que o futebol pode minorar… E Cuca é pós doutorado em sofrimento e tensão.
Mesmo com a derrota vexaminosa – sim, amigos, sempre que um time brasileiro perder para um marroquino será um vexame, da mesma forma que um chef marroquino será, para todo o sempre, vítima de vergonha se perder para um brasileiro um concurso de cuscuz marroquino – o torcedor atleticano não pode esquecer que esse foi o ano da redenção. Da inédita Libertadores, da conquista de um novo direito: poder jogar futebol com alegria, sem peso de jejum e sem complexos. Pena que esqueceram nesse jogo contra o time de Humprhey Bogart, Ingrid Bergiman e Paul Heinreid.
O Fausto havia feito uma charge que previa o Galo cantando forte em Marrocos, para a final contra o Bayern. Ontem, fez outra sobrea a decepção atleticana. Resolvi publicar as duas. O Galo de 2013 merece todas as homenagens. E a alegria está em destaque diante da tristeza. Se pensasse assim, estaria na final. Eu garanto, mesmo não tendo visto o jogo.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.