#20 Neymarvic e Oscarvic ganharam o jogo. Nishimura ajudou
Menon
12/06/2014 19h34
O goleiro Stipe Pletikosa é muito religioso. Todo verão ele passa dez dias em um monastério, rezando. Sempre usa uma camiseta branca em homenagem a Nossa Senhora de Medjugorje.
Tem direito de questionar o objeto de sua fé. Tocou na bola e quase defendeu o pênalti cobrado por Neymar. "Por que, meu Deus?", ele poderia falar. Afinal, o pênalti foi muito controverso e transformou em derrota um jogo em que a Croácia mostrou raça, disposição tática em campo e complicou a vida do Brasil.
Perdeu por erro do juiz Yiuchi Nishimura? Pode ser, mas para entender a vitória do Brasil, podemos retomar aqui um comentário de João Saldanha em 1986, quando o Brasil venceu a Iugoslávia por 4 a 2 em Recife, na preparação para a Copa. "Meus amigos, o Brasil venceu porque Zico se chama Zico. Se Zico se chamasse Zicovic, eles ganhavam".
Pois é, se houvesse um Neymarvic e um Oscarvic..… Ah, fica também uma questão: aquela cotovelada de Neymar em Modric mereceria um vermelho no Brasileiro. Ah, e se ele não fosse brasileiro, teria sido expulso?
O jogo começou muito complicado para o Brasil. É sempre assim quando enfrentamos equipes com duas linhas de quatro e com saída pelos lados. Era assim a Croácia, com Olic na esquerda, Perisic na direita e ainda Modric e Rakitic.
Somado a isso, Daniel Alves estava mal e colaborou. Perdeu na cabeça para Olic, depois foi driblado pelo mesmo Olic no gol croata e ainda perdeu uma bola dominada.
Depois do gol, o Brasil melhorou, a partir da ajuda que Hulk e Luís Gustavo deram a Daniel Alves. Oscar cresceu no jogo. E Neymar, em contra-ataque, empatou.
No segundo tempo, o Brasil ganhou velocidade com Bernard e toque de bola com Hernanes. Ganhou também o penalti que Neymar converteu.
O jogo ficou muito melhor. Mais aberto, os dois times no ataque. E a vitória veio para quem tem passado. Afinal, aquele biquinho maravilhoso de Oscar, que definiu o jogo era coisa de Romário.
Foi bom, mas pode melhorar. Daniel Alves e Paulinho correm riscos.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.