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#22 Brasil merece torcida argentina. Sem ignorância e ódio

Menon

13/06/2014 21h28

A seleção brasileira, por todo o seu passado e pelo título na Copa das Confederações, merceia uma torcida guerreira. Merecia gritos de alento, cantos de incentivo e não aquela malemolência de "eu acredito", "sou brasileiro….", que parecem um mantra, que dão sono. Se os argentinos tivessem uma seleção como a nossa, iria muito longe. Se nossa seleção tivesse um torcida como a deles, também cresceria.

Na estreia contra a Croácia, só se viu a torcida berrar no Hino Nacional – foi emocionante – e depois para ofender a presidente Dilma. Foi deselegante. Foi falta de educação. Foi ignorância. Foi desrespeito. Foi o que são. Mostraram a sua cara.

Eles formam parte de um dos três grupos que são contra a Copa.

1) Os críticos honestos. Acreditam que o Brasil tem outras prioridades

2) Os que são contra o Governo e, por consequência, contra a Copa que o governo fez.

3) Os que são contra o País. Ai estão a grande maioria que ofendeu a presidente.

O número de pessoas que odeia o Brasil está aumentando. Para eles, não pode ter copa por definição. Não temos capacidade para nada. Não podemos brilhar. Somos o lixo e devemos continuar sendo. É gente que diz estultices como:

a) a culpa de nossos problemas é a colonização. Para cá, vieram portugueses. Se fossem holandeses…. (Talvez fôssemos um grande Suriname)

b) a culpa de nossos problemas é a miscigenação. A gente vem de muita mistura.

Estou falando sério. Outro dia, vi um comentário aqui no blog que dizia o seguinte: "que azar que tive em nascer brasileiro. não mereço isso. Veja bem: não adianta mudar o governo, não adianta emigrar, não adianta nada. O cara é muito grande para o país em que teve a desgraça de nascer. É muita arrogância, não?

Para esse tipo de gente, tudo que representa o Brasil deve ser destruído, deve ser deslustrado. O samba é música primária, de percussão. Feijoada é coisa de escravo. E Ribery é melhor que Pelé. Juro que eu li isso aqui, nos comentários.

Essa gente que odeia o Brasil se juntou à outra turma. São os perdedores. Eles perderam a eleição de 2002 e assimilaram bem. Perderam a segunda e ficaram revoltados. Perderam a terceira e estão desesperados.

Não admitem perder a quarta. E aceitariam tudo para evita-la. São filhos dos que se calaram na Ditadura e apoiariam, agora, qualquer movimento antidemocrático.

São pessoas que reclamam quando as domésticas passam a ser tratadas como trabalhadores normais. Como disse o Renato Rovai, seus avós fizeram de tudo para evitar o fim da escravidão.

Não queriam a Copa e estão sendo derrotados. A estreia teve muito mais pontos positivos do que negativos. O fluxo da chegada de torcedores, desde o Metrô até o estádio, foi mais rápida do que a fila para se conseguir um sanduíche. Melhor assim, não é? A internet funcionou. Estava lá e não vi reclamação.  Tudo o que rezaram, todas as velas que acenderam, nada deu certo.

É essa gente que vai ao campo e não consegue apoiar a seleção. Preferem ofender uma mulher digna.

A eles, está reservado um lugar no lixo da História Brasileira.

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


Menon