Gareca trucou. Não tinha cartas e perdeu
Menon
30/08/2014 20h45
Uma regra sobre o basquete: "Não se tira uma desvantagem de dez pontos em um único ataque".
Uma regra sobre futebol: "Quando a situação está muito ruim, mas ainda não é desesperador, o importante é não perder. Somar pontos"
Ricardo Gareca não seguiu as regras. Contra o Inter, primeira partida após a interrupção de uma série de derrotas, escalou um time muito ofensivo. Um goleiro, quatro zagueiros, um volante (Marcelo Oliveira), dois meias (Mendieta e Allione) e três atacantes (Leandro, Cristaldo e Mouche).
Mendieta deveria fazer um jogo vertical: defender e atacar.
O time começou pressionando. Muito. O Inter se defendia com os volantes Wellington, Willian e Aranguiz, com Jorge Henrique fazendo o que Gareca queria que Mendieta fizesse.
O domínio era do Palmeiras. Mas o aviso veio cedo. Um chute desde a defesa, uma "casquinha" de Rafael Moura e gol. Anulado, porque a "casquinha" foi com a mão.
O Palmeiras não se acertava na defesa. Rafael Moura saía da área e uma confusão se instalava.
Logo, veio o primeiro gol. E outros poderiam ter vindo. Poderia ser uma goleada.
Gareca colcou Eguren no lugar do inútil Leandro. O time ficou mais equilibrado, não correu mais riscos de contra-ataque. Era hora de colocar o domínio em prática. Armar jogadas e fazer gols.
Mas armar como? Com Bruno César em lugar de Mouche?
Com Felipe Menezes em lugar de Mendieta?
As cartas de Gareca eram fracas. E será que era preciso arriscar tanto? Vejamos os jogos dos quatro times que estão atrás do Palmeiras na tabela:
Coritiba x Galo
Grêmio x Bahia
Vitória x Flamengo
Sport x Criciúma
Será que Gareca precisava arriscar tanto?
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.